“As doenças, segundo os Yawanawá, sempre TÊM explicação espi...
A voz é mansa. O tom é baixo. A fala é pausada. Rucharlo Yawanawá, de 35 anos, conversa como se a tranquilidade a habitasse. Nunca encara o interlocutor nos olhos, não gesticula, não grita ou gargalha. Seus modos contrastam com a revolução que liderou em sua própria vida e na tribo Yawanawá. Emuma aldeia nomeio da densa FlorestaAmazônica e distante sete horas de barco do município acriano mais próximo, Rucharlo se tornou a primeira mulher pajé - líder espiritual - de seu povo e, talvez, do país. É um raríssimo caso de liderança espiritual indígena feminina no Brasil.
O xamã ou pajé é, ao lado do cacique, a maior autoridade de um grupo indígena. No caso dos Yawanawá, são eles os guardiões dos conhecimentos da tribo, desde a medicina até as artes. Acredita-se que tenham dons sobrenaturais - de adivinhação, de cura e até mesmo de matar inimigos telepaticamente. Fazem também a interlocução entre os vivos e os ancestrais. Segundo a sabedoria indígena, são os espíritos que ensinam ao pajé os segredos mágicos. [...] Tais comunicações acontecem em rituais em que os líderes espirituais tomam ayahuasca (chamada por eles de uni) e inalamrapé (umamistura de tabaco empó e da casca moída de uma árvore amazônica chamada por eles de tsunu).
O efeito alucinógeno e estimulante das substâncias permitiria aos xamãs entrar no mundo dos mortos e nos sonhos das pessoas doentes. As doenças, segundo os Yawanawá, sempre têm explicação espiritual. E é o xamã quem descobre a causa do problema nessas incursões oníricas [...].
O processo para se tornar líder espiritual é, assim como o uso da ayahuasca, milenar. Até 2005, era tambémexclusivamentemasculino [...].
No período da reclusão, Rucharlo começou a desenhar as revelações que recebia. Sem conhecer as letras, ela se fazia entender e registrava seu aprendizado por rabiscos. De tão bonitos, seus quadros já foram expostos em museus no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Com o tempo também descobriu que tinha o dom de “sentir o cheiro das doenças”, como descreve - habilidade fundamental para qualquer curandeiro.Mas, no processo, também chegoumuito perto damorte. [...].
- Eu tinha que provar que era capaz. Sabia que era minha missão colocar as mulheres em um novo patamar, eu tinha que resistir - afirmaRucharlo [...].
Na crença indígena, pajés são seres evoluídos, a meio caminho entre os vivos e os mortos. Por isso falam vagarosamente e não encaram um olhar. Se o mundo de Rucharlo mudou depois de sua experiência, ela tambémmudou a tribo e omundo das de mais mulheres da aldeia.
A acentuação da forma verbal em destaque nesse trecho é:
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Letra B.
Acento diferencial em TEM NO PLURAL - concordando com 'as doenças' (que sempre têm explicação).
Letra B. 3ª PESSOA do plural. (eles têm)
Devemos fazer a pergunta ao verbo para saber quem tem explicação espiritual.
O que sempre tem explicação espiritual?
Resp. As doenças.
GABARITO: LETRA B
ACRESCENTANDO:
Tem e têm são formas conjugadas do verbo ter no presente do indicativo. Estão, contudo, conjugadas em diferentes pessoas.
Tem está na 3.ª pessoa do singular: ele tem.
Têm está na 3.ª pessoa do plural: eles têm.
Tem deverá ser usado quando o sujeito for singular:
-ele tem;
-ela tem;
-você tem.
Exemplos com tem:
Ele tem os mesmos vícios há muitos anos.
Ela tem uma família enorme.
Você tem sede?
Têm deverá ser usado quando o sujeito for plural:
-eles têm;
-elas têm;
-vocês têm.
Exemplos com têm:
Eles têm os mesmos vícios há muitos anos.
Elas têm uma família enorme.
Vocês têm sede?
FONTE: DÚVIDAS.DICIO.COM.BR
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