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Q1686773 Medicina

Um paciente de 39 anos de idade é vítima de acidente automobilístico (atropelamento por um caminhão). Imediatamente após ser socorrido pelo serviço de resgate, chega ao hospital com relato de cinemática grave do mecanismo do trauma. Durante exame físico, verifica-se a via aérea pérvia, e o paciente está conversando. Constatam-se assimetria torácica com identificação de tórax instável à direita, murmúrio abolido na ausculta pulmonar deste lado, FR = 34 irpm, SatO2 = 88% com oxigênio, máscara com reservatório a 10 L/min, com esforço ventilatório. Há os seguintes sinais de choque: extremidades frias e mal perfundidas, pulsos finos periféricos, pressão arterial média não invasiva = 40 mmHg e FC = 135 bpm. Identificam-se abdome com dor à palpação difusa, com sinais de irritação peritoneal e pelve estável. O exame de ultrassonografia realizada na sala de emergência (POCUS) evidencia líquido livre difuso intra-abdominal. Com Glasgow 12, o paciente apresnta pupilas isocóricas e fotorreagentes, está confuso e desorientado, tem hematoma no dorso, flanco e ferimento aberto no tórax à direita, sem fraturas em membros e sem outras alterações vistas no exame físico ou sinais vitais.


Considerando esse caso clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir.


Nessa fase inicial em que o paciente se encontra, em relação à resposta ao trauma, espera-se metabolismo anaeróbico, acidose e hiperlactiacidemia. O objetivo é a perfusão de órgãos nobres.

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A afirmação está correta. No caso de um trauma grave como o descrito, é esperado um metabolismo anaeróbico, acidose e hiperlactacidemia. Isso ocorre porque há uma diminuição do fluxo sanguíneo e da oferta de oxigênio aos tecidos, o que leva a uma produção excessiva de ácido lático. Esse processo tem como objetivo preservar a perfusão de órgãos nobres, como o cérebro e o coração, que são mais sensíveis à falta de oxigênio. É importante que o paciente seja tratado rapidamente para evitar complicações decorrentes dessas alterações metabólicas.

Certo.

JUSTIFICATIVA:

O paciente descrito apresenta um quadro típico de trauma grave com sinais de choque hemorrágico (hipotensão com pressão arterial média de 40 mmHg, taquicardia, extremidades frias e mal perfundidas), associado a múltiplas lesões, incluindo tórax instável, sinais de irritação peritoneal e líquido livre na ultrassonografia (indicativo de possível trauma abdominal). Essas condições causam uma resposta fisiológica do corpo caracterizada por uma metabolismo anaeróbico, que ocorre devido à hipoperfusão tecidual (falta de oxigênio adequado nas células). Isso leva ao aumento da produção de lactato, resultando em acidoses e hiperlactatemia.

Durante a resposta inicial ao trauma, o corpo tenta preservar a perfusão de órgãos vitais (coração, cérebro e rins), priorizando-os em relação aos tecidos periféricos. Isso pode resultar em um metabolismo anaeróbico, com as células gerando energia sem oxigênio adequado, o que contribui para o aumento da acidez no sangue (acidose metabólica), bem como a hiperlactatemia.

EM RESUMO: O cenário descrito está em conformidade com a fisiopatologia da resposta inicial ao trauma grave, com metabolismo anaeróbico, acidose e hiperlactatemia sendo esperados devido à hipoperfusão e à tentativa do corpo de preservar órgãos vitais.

PONTOS CHAVE:

  • O choque hemorrágico leva à hipoperfusão tecidual e ao metabolismo anaeróbico.
  • A resposta inicial ao trauma inclui acidose metabólica e hiperlactatemia, que são sinais de má perfusão e falha na oxigenação dos tecidos.
  • O objetivo do tratamento imediato é restaurar a perfusão dos órgãos nobres, como cérebro e coração.

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