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Q1686778 Medicina

Um paciente de 39 anos de idade é vítima de acidente automobilístico (atropelamento por um caminhão). Imediatamente após ser socorrido pelo serviço de resgate, chega ao hospital com relato de cinemática grave do mecanismo do trauma. Durante exame físico, verifica-se a via aérea pérvia, e o paciente está conversando. Constatam-se assimetria torácica com identificação de tórax instável à direita, murmúrio abolido na ausculta pulmonar deste lado, FR = 34 irpm, SatO2 = 88% com oxigênio, máscara com reservatório a 10 L/min, com esforço ventilatório. Há os seguintes sinais de choque: extremidades frias e mal perfundidas, pulsos finos periféricos, pressão arterial média não invasiva = 40 mmHg e FC = 135 bpm. Identificam-se abdome com dor à palpação difusa, com sinais de irritação peritoneal e pelve estável. O exame de ultrassonografia realizada na sala de emergência (POCUS) evidencia líquido livre difuso intra-abdominal. Com Glasgow 12, o paciente apresnta pupilas isocóricas e fotorreagentes, está confuso e desorientado, tem hematoma no dorso, flanco e ferimento aberto no tórax à direita, sem fraturas em membros e sem outras alterações vistas no exame físico ou sinais vitais.


Considerando esse caso clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir.


Esse paciente tem indicação de drenagem torácica direita, seguida de laparotomia exploradora de urgência, além de ressuscitação volêmica e transfusão sanguínea.

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Alternativa Correta: C - Certo

A questão apresentada aborda um cenário de trauma grave, com múltiplas lesões que requerem intervenções rápidas e precisas. Vamos analisar cada aspecto do caso para entender a resposta correta.

Trauma Torácico: O paciente apresenta um tórax instável à direita e murmúrio vesicular abolido, o que sugere a possibilidade de um hemotórax ou pneumotórax. A drenagem torácica é indicada para aliviar a pressão intrapleural, garantir a reexpansão pulmonar e tratar um possível acúmulo de sangue ou ar.

Trauma Abdominal: A presença de líquido livre intra-abdominal no ultrassom indica hemorragia, muito provavelmente resultante de lesão de órgãos abdominais. A laparotomia exploradora de urgência é essencial para identificar e controlar a fonte do sangramento.

Sinais de Choque: O paciente demonstra sinais claros de choque hipovolêmico, como extremidades frias, pulsos finos, pressão arterial baixa e taquicardia. Isso justifica a necessidade de ressuscitação volêmica imediata e transfusão sanguínea para restaurar a volemia e melhorar a perfusão tecidual.

Justificativa: A indicação de drenagem torácica é correta devido ao tórax instável e murmúrio abolido, sugerindo complicações pleurais. A laparotomia é necessária devido ao líquido livre intra-abdominal, sinal de hemorragia interna significativa. Ressuscitação volêmica e transfusão sanguínea são fundamentais para estabilizar o paciente com sinais de choque.

Considerações Finais: Este caso ilustra a importância de uma avaliação rápida e abrangente em pacientes politraumatizados, priorizando intervenções que salvam vidas.

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Comentários

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A afirmativa está correta. O paciente apresenta sinais de choque hipovolêmico, que pode ser causado por hemorragia interna, podendo ser agravada pelo tórax instável à direita. A presença de líquido livre intra-abdominal no exame de ultrassonografia sugere a presença de hemorragia interna, o que reforça a necessidade da laparotomia exploradora de urgência. A drenagem torácica direita é indicada para tratar a instabilidade torácica e prevenir uma possível pneumotórax hipertensivo. A ressuscitação volêmica e transfusão sanguínea são necessárias para melhorar o estado hemodinâmico do paciente e tratar a hipovolemia. Portanto, é necessário agir com urgência para salvar a vida do paciente.

Certo.

ANÁLISE:

O paciente apresenta um tórax instável à direita, que é um sinal de possível lesão pulmonar grave, como pneumotórax ou hemotórax, e insuficiência respiratória (indicado por a saturação de oxigênio de 88% com oxigênio suplementar e esforço ventilatório). Nesse contexto, a drenagem torácica é indicada para descomprimir o tórax e permitir a reintegração da ventilação pulmonar.

Além disso, o paciente apresenta sinais de choque, como pressão arterial média de 40 mmHg, frequência cardíaca elevada (135 bpm) e extremidades frias e mal perfundidas, que sugerem um quadro de hipovolemia grave, com possível hemorragia interna. A ultrassonografia de emergência (POCUS) demonstrando líquido livre intra-abdominal é indicativa de lesões abdominais que requerem laparotomia exploradora de urgência para avaliação e controle de sangramentos, além de tratamento das lesões internas.

A combinação de trauma torácico grave com choque hipovolêmico e evidências de hemorragia intra-abdominal implica em necessidade imediata de ressuscitação volêmica (para restaurar o volume sanguíneo) e transfusão sanguínea, caso haja sinais de sangramento ativo e anemia.

EM RESUMO:

O paciente apresenta múltiplos traumas com risco de vida imediato, incluindo tórax instável e hemorragia abdominal, que necessitam de drenagem torácica e laparotomia exploradora para controle dos danos, além de ressuscitação volêmica e transfusão sanguínea devido à instabilidade hemodinâmica.

PONTOS CHAVE:

  • Tórax instável exige drenagem torácica.
  • Choque hipovolêmico e liquido livre intra-abdominal indicam laparotomia exploradora.
  • Ressuscitação volêmica e transfusão sanguínea são essenciais no manejo inicial de trauma grave com instabilidade hemodinâmica.

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