A civilização greco-romana é vista no texto como
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Com base no mesmo assunto
Ano: 2012
Banca:
FCC
Órgão:
MPE-PE
Provas:
FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial - Área Jurídica
|
FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial - Ciências Contábeis |
FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial - Informática |
FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial - Psicologia |
FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial - Comunicação Social - Jornalismo |
FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial - Serviço Social |
FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial - Arquitetura |
FCC - 2012 - MPE-PE - Analista Ministerial - Engenharia Civil |
Q236176
Português
Texto associado
Um dos poemas mais notáveis da língua inglesa é
dedicado por Edgar Allan Poe a uma mulher a quem deu o
nome de Helena. Seria ela efetivamente, para o poeta, uma
encarnação da princesa homérica? Seja qual for a resposta, em
seu poema ele lhe dizia que sua beleza era maior do que a de
uma mortal. Ao contemplá-la, ele tinha consciência de reviver
acontecimentos passados, que ainda lhe eram presentes e
familiares, pois assim se via transportado de volta “à glória que
foi a Grécia e à grandeza que foi Roma”.
Esses versos tornaram-se um clichê usado para exprimir o que se considera um irreversível compromisso entre o passado e o presente. Eis aí duas culturas, a grega e a romana, que na Antiguidade se reuniram para criar uma civilização comum, a qual continua existindo como um fato histórico no interior de nossa própria cultura contemporânea. O clássico ainda vive e se move, e mantém seu ser como um legado que provê o fundamento de nossas sensibilidades. Poe certamente acreditava nisso; e é possível que isso em que ele acreditava ainda seja por nós obscuramente sentido como verdadeiro, embora não de modo consciente.
Se Grécia e Roma foram, para Poe, uma espécie de casa, em cujos familiares cômodos ele gostava de morar, se Roma e Grécia têm ainda alguma realidade atual para nós, esse estado de coisas funda-se num pequeno fato tecnológico. A civilização dos gregos e romanos foi a primeira na face da terra fundada na atividade do leitor comum; a primeira capaz de dar à palavra escrita uma circulação geral; a primeira, em suma, a tornar-se letrada no pleno sentido deste termo, e a transmitir-nos o seu conhecimento letrado.
(Fragmento adaptado de Eric A. Havelock. A revolução da
escrita na Grécia e suas consequências culturais. Trad. de
Ordep José Serra. São Paulo: Editora da UNESP;
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. p.45-6)
Esses versos tornaram-se um clichê usado para exprimir o que se considera um irreversível compromisso entre o passado e o presente. Eis aí duas culturas, a grega e a romana, que na Antiguidade se reuniram para criar uma civilização comum, a qual continua existindo como um fato histórico no interior de nossa própria cultura contemporânea. O clássico ainda vive e se move, e mantém seu ser como um legado que provê o fundamento de nossas sensibilidades. Poe certamente acreditava nisso; e é possível que isso em que ele acreditava ainda seja por nós obscuramente sentido como verdadeiro, embora não de modo consciente.
Se Grécia e Roma foram, para Poe, uma espécie de casa, em cujos familiares cômodos ele gostava de morar, se Roma e Grécia têm ainda alguma realidade atual para nós, esse estado de coisas funda-se num pequeno fato tecnológico. A civilização dos gregos e romanos foi a primeira na face da terra fundada na atividade do leitor comum; a primeira capaz de dar à palavra escrita uma circulação geral; a primeira, em suma, a tornar-se letrada no pleno sentido deste termo, e a transmitir-nos o seu conhecimento letrado.
(Fragmento adaptado de Eric A. Havelock. A revolução da
escrita na Grécia e suas consequências culturais. Trad. de
Ordep José Serra. São Paulo: Editora da UNESP;
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. p.45-6)
A civilização greco-romana é vista no texto como