No Texto 1, os termos “Caladona” e “Nespressão” são derivado...
Leia o Texto 1 para responder às questões de 01 a 07.
TEXTO 1
Pum em Marte
Parece notícia do Sensacionalista, mas saiu no site da Nasa, sete anos atrás: haviam descoberto pum em Marte. Toneladas e toneladas de pum. Claro que, no dia 15 de janeiro do ano da graça (muita graça) de 2009, quando o cientista Michael Mumma veio a público anunciar a novidade, não escolheu o termo pum e sim metano – o que soa mais elegante aos ouvidos, embora não alivie nada para as narinas.
Como escreveu um excelente cronista do "Estadão", à época, a principal questão para os astrônomos, desde então, passou a ser "aquela sempre suscitada quando esse tipo de gás aparece por aí: quem foi?". Na Terra, 90% de todo o metano existente é produzido por seres vivos. Os 10% restantes são resultado de reações geológicas. Seria o gás marciano pum de pedra ou há, escondida nas profundezas do planeta vermelho, alguma forma de vida com a mão amarela?
Nesta quarta-feira (19), a ESA (Agência Espacial Europeia) e a Roscosmos (Agência Federal Espacial Russa) deram um grande passo em direção à solução do fétido enigma, pondo na órbita marciana a sonda TGO (Trace Gas Orbiter) e enviando ao solo o módulo Schiaparelli. O TGO, uma nave de três metros e meio de envergadura, é mil vezes mais sensível do que qualquer aparelho já mandado a Marte e será capaz de apontar o tipo de metano ali existente. Ele funcionará, basicamente, como uma enorme napa high-tech e, feito um sommelier testando o buquê marciano, transmitirá a nós suas considerações sobre a safra, o retrogosto e o "terroir" daqueles gases extraterrestres.
Mesmo se descobrir que o metano é do tipo proveniente de seres vivos, contudo, o TGO será incapaz de encontrar os culpados, daí a importância da sonda Schiaparelli. Com 1,65 m de diâmetro e semelhante a uma cápsula de Nespresso (dourada, sabor "Volluto"), a pequena estação meteorológica passaria dados ao TGO e, principalmente, testaria a tecnologia europeia para colocar um aparelho no solo marciano, coisa que, até hoje, só os americanos conseguiram. Digo "passaria" e "testaria" porque algo deu errado no pouso e a Nespressão se espatifou. Por um dia, os cientistas ainda acreditaram que ela podia apenas estar meio caladona por causa do jet lag ou, quem sabe, emocionada com a beleza da paisagem estilo Papa-Léguas, mas na sexta veio a confirmação: a sonda entrou de fuça na terra e agora seus destroços, espalhados, lembram um pouco a plantação de batatas do Matt Damon depois da tempestade naquele filme estranho do Ridley Scott.
Aperfeiçoar a tecnologia para pousar traquitanas em Marte é crucial para a próxima etapa da agência europeia: em 2020, depois que o TGO mapear de onde vem o pum, de que tipo é e quando costuma emanar das entranhas alaranjadas, o programa enviará o ExoMars Rover, veículo que irá penetrar o subsolo para encontrar, enfim, os responsáveis pelas emissões. Nenhum cientista admite, para não assustar o planeta antes da hora, mas o que o ExoMars fará é submeter Marte a uma colonoscopia. Para tal empreitada, a Roscosmos criou inclusive uma subagência especializada, a Roscofe.
Caso descubramos, nos próximos anos, que há vida fora da Terra, uma questão se colocará para nós enquanto espécie: seremos capazes de produzir e enviar a Marte todas as toneladas necessárias de Luftal? Trata-se, sem dúvida, de um desafio inédito na história da humanidade.
(PRATA, Antônio. Pum em Marte. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2016/10/1825393-pum-em-marte – acessado em 30/11/2016)
No Texto 1, os termos “Caladona” e “Nespressão” são derivados, respectivamente, de “calar” e “Nespresso”, pelo seguinte processo de formação de palavras:
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Alternativa Correta: B - sufixação.
Vamos entender o tema abordado na questão e os processos de formação de palavras. No Texto 1, os termos “Caladona” e “Nespressão” são derivados, respectivamente, de “calar” e “Nespresso”. A questão nos pede para identificar o processo de formação dessas palavras. Vamos ver como cada alternativa se encaixa nos contextos.
1. Sufixação (Alternativa Correta)
A sufixação é o processo de formação de palavras através da adição de um sufixo a uma raiz ou radical. No caso de “Caladona”, temos a adição do sufixo -ona à palavra “calar”, conferindo a ideia de algo ou alguém que está muito calado. Já em “Nespressão”, temos a adição do sufixo -ão à marca “Nespresso”, criando uma forma aumentativa humorística. Assim, a formação dessas palavras é corretamente atribuída ao processo de sufixação.
Alternativas Incorretas
2. Regressão
A regressão é a formação de uma nova palavra pela redução de outra. Por exemplo, a palavra “descanso” pode ter originado a palavra “descansar”. No entanto, esse processo não se aplica aos termos “Caladona” e “Nespressão”, que são formados pela adição de sufixos.
3. Justaposição
A justaposição é a formação de uma nova palavra pelo simples agrupamento de duas ou mais palavras, sem alteração fonética, como em “passatempo” (passa + tempo). Novamente, esse não é o caso das palavras em questão, que foram formadas por sufixação.
4. Aglutinação
A aglutinação envolve a junção de duas ou mais palavras com alteração fonética, resultando em uma nova palavra, como em “planalto” (plano + alto). As palavras “Caladona” e “Nespressão” não passam por esse processo, pois são formadas pela adição de sufixos.
Sabendo isso, fica claro que o processo correto é a sufixação (Alternativa B), que é a adição de sufixos a palavras base para formar novos termos.
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Comentários
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Derivação sufixal é um tipo de caracterizado pelo acréscimo de um sufixo a uma palavra primitiva. Esse sufixo pode ser nominal (“ajudante”), verbal (“saborear”) ou adverbial (“atualmente”). Desse modo, as palavras primitivas “ajuda”, “sabor” e “atual” recebem, respectivamente, os sufixos “-ante”, “-ear” e “-mente”.
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