Assinale a alternativa correta sobre a linguagem do texto:

Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Q589327 Português
ABYSSUS

Bela e traidora! Beijas e assassinas...
Quem te vê não tem forças que te oponha:
Ama-te, e dorme no teu seio, e sonha,
E, quando acorda, acorda feito em ruínas...

Seduzes, e convidas, e fascinas,
Como o abismo que, pérfido, a medonha
Fauce apresenta flórida e risonha,
Tapetada de rosas e boninas.

O viajor, vendo as flores, fatigado
Foge o sol, e, deixando a estrada poenta,
Avança incauto... Súbito, esbroado,

Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre,
Vacila e grita, luta e se ensanguenta,
E rola, e tomba, e se espedaça, e morre...

OLAVO BILAC
In Poesias (Sarças de Fogo), 1888.
Assinale a alternativa correta sobre a linguagem do texto:
Alternativas

Gabarito comentado

Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores

Alternativa correta: E

O texto aborda a linguagem poética de Olavo Bilac, destacando o uso de figuras de linguagem e recursos morfológicos. Para resolver essa questão, é necessário compreender o papel das conjunções na construção do texto e a função estilística que desempenham.

Explicação da alternativa correta:

A alternativa E está correta porque identifica o uso do polissíndeto, que é a repetição excessiva da conjunção "e" ao longo do texto. Esse recurso gera uma sucessão de orações coordenadas, todas com valor semântico aditivo. Nesse caso, o polissíndeto serve para intensificar a sensação de contínua ação e emoção, reforçando a impressão de repetição e continuidade, características da linguagem poética de Olavo Bilac.

Análise das alternativas incorretas:

A - A conjunção "e" não introduz ideia de oposição entre os vocábulos. Na verdade, ela tem função aditiva, ligando elementos com a mesma ideia ou sentido, e não de oposição.

B - A conjunção "e" não exprime a ideia de exclusão. Pelo contrário, ela amplia o significado ao adicionar informações, ações ou características, sem excluir outras possibilidades.

C - As orações não adquirem valor de adjetivo nem são explicativas pelo simples uso das conjunções aditivas. Elas continuam sendo orações coordenadas aditivas, que somam significados em vez de explicar ou qualificar um termo.

D - O texto não se torna truncado nem apresenta uma sucessão de orações subordinadas com valor consecutivo. As orações são coordenadas entre si, e o uso repetido de "e" (polissíndeto) é um recurso estilístico para criar ritmo e intensidade.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Clique para visualizar este gabarito

Visualize o gabarito desta questão clicando no botão abaixo

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

Resposta: E

   De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.

As Aditivas expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência.  As conjunções coordenativas aditivas típicas são "e" "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.

Por Exemplo:

Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.

 

As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas (também), tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja:

Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem.
Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do país.

 

Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a forma "enem" para introduzir orações aditivas.

Por Exemplo:

Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções.

Clique para visualizar este comentário

Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo