Em relação à construção de Repositórios Institucionais (RI) ...

A alternativa correta para a questão é a B. Vamos entender por quê e analisar cada uma das opções apresentadas.

Alternativa B: Esta afirmação está correta. Todo Repositório Institucional (RI) de acesso aberto pode, de fato, ser considerado um tipo de biblioteca digital, pois ambos compartilham a característica de fornecer acesso a conteúdos digitais. No entanto, nem toda biblioteca digital é um RI, já que uma biblioteca digital pode incluir diversos tipos de materiais (como livros digitalizados, obras de domínio público, etc.) que não estão necessariamente relacionados à produção acadêmica ou científica de uma instituição específica.

Alternativa A: Esta opção está incorreta. Embora a revisão por pares seja um aspecto importante de muitos processos científicos e acadêmicos, não é um requisito para todos os materiais que compõem um Repositório Institucional. O RI visa armazenar e disseminar a produção científica de uma instituição, independentemente de ter passado por revisão por pares, embora muitos materiais nele contidos possam ter sido revisados.

Alternativa C: Esta afirmação é incorreta. O foco principal de um RI de acesso aberto é, geralmente, a produção científica e acadêmica da instituição. Embora haja flexibilidade nas políticas institucionais, a ênfase está na disseminação de documentos científicos, como artigos, teses, e dissertações, e não em coleções não científicas.

Alternativa D: Esta opção também está errada. RIs de acesso aberto frequentemente utilizam recursos como redes sociais e RSS (Really Simple Syndication) para disseminar e promover seu conteúdo. O uso de RSS para atualização e distribuição de conteúdo é uma prática comum e incentivada para maximizar o alcance e a acessibilidade do material.

Alternativa E: Esta alternativa está incorreta. Embora a principal função de um RI seja o armazenamento, organização e disseminação de conteúdos, a preservação digital também é um aspecto importante para garantir a longevidade e o acesso contínuo aos documentos armazenados. Assim, a preservação digital é, sim, parte dos processos contemplados por um RI.

Espero que esta explicação tenha clarificado suas dúvidas sobre repositórios institucionais e suas características. Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Segundo Leite (2012, p. 7; 8; 24; 31;):

a) Repositórios institucionais e avaliação pelos pares (peer review). A avaliação por pares é uma das características dos periódicos de qualidade, como também de outros veículos de publicação científica. De modo algum deve estar presente na gestão dos repositórios institucionais. A seleção do material que fará parte do RI deverá ser ditada por uma política institucional.

b) Todo repositório institucional de acesso aberto pode ser considerado um tipo de biblioteca digital. Entretanto, nem toda biblioteca digital pode ser considerada um repositório institucional.

c) O que não se deve fazer de nenhuma maneira é colocar documentação que não seja produção científica em comunidades e/ou coleções criadas com este objetivo. Assim o repositório permanecerá interoperável com outros sistemas destinados exclusivamente à produção científica.

d) Alguns serviços que podem ser observados nos repositórios institucionais são:

• Disseminação seletiva de informação (uso de RSS, por exemplo);
• Digitalização da produção científica impressa (para o acesso online e a preservação digital);
• Dados estatísticos para os autores (ver o tópico Avaliação e indicadores de desempenho do RI);
• Depósito mediado e auxílio para o autodepósito;
• Orientação sobre direitos autorais (tratado anteriormente);
• Treinamento e suporte aos usuários;
• Serviço de identificadores persistentes com vistas à preservação do acesso.

e) Um repositório institucional de acesso aberto constitui um serviço de informação científica - em ambiente digital e interoperável - dedicado ao gerenciamento da produção científica e/ou acadêmica de uma instituição (universidades ou institutos de pesquisa). Contempla a reunião, armazenamento, organização, preservação, recuperação e, sobretudo, a ampla disseminação da informação científica produzida na instituição.

Gab. B

LEITE, Fernando et al. Boas práticas para a construção de repositórios institucionais da produção científica. Brasília, DF: IBICT, 2012. E-book (37 p.). Disponível em: http://livroaberto.ibict.br/handle/1/703.