Analise as assertivas que tratam das várias concepções raci...
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Ano: 2024
Banca:
FURB
Órgão:
Prefeitura de Timbó - SC
Prova:
FURB - 2024 - Prefeitura de Timbó - SC - Professor de Educação Física |
Q3143062
Português
Texto associado
Vini Jr. causa à Espanha o incômodo de encarar seu
próprio racismo
Jogador faz com que, enfim, o tema precise ser discutido
no país; por isso, ele é mais odiado que o problema
Carlos Massari e Aurélio Araújo, São Paulo (SP) | 30 de outubro de
2024
Votações envolvem rejeição: quando você precisa
escolher alguém para vencer uma eleição, não é
incomum se basear antes em quem você não quer que
ganhe para depois escolher quem você quer ver
vitorioso. Não há dúvida de que esse é um critério para
selecionar o vencedor da Bola de Ouro, [...].
Frustraram-se as expectativas de milhões de pessoas de
que esse seria o ano de Vinícius Júnior. Seria uma
conquista a mais na carreira de Vini, coroando sua
atuação não só dentro, mas também fora de campo.
Talvez aí resida o problema. O Brasil é um país com
níveis altos de racismo, mas já foi pior. Nas últimas
décadas, fomos forçados a ter essa discussão que
evitamos por tanto tempo, enquanto muitos ainda
acreditavam no fantasioso mito da democracia racial. [...]
Mesmo assim, pode-se dizer que estamos à frente de
outros países, onde a discussão sobre o racismo ainda é
incômoda demais para ser tão colocada em pauta como
Vini Jr. faz. E ele o faz só por existir. [...]
Em maio de 2023, num dos vários episódios em que Vini
foi alvo de racistas, [...] ele reagiu. Apontou ao árbitro
vários daqueles que cometiam esses atos deploráveis
contra ele. Seu ato de coragem foi respondido com duas
atitudes muito diferentes. De um lado, muitos se
juntaram a Vini, para discutir não só racismo no futebol,
mas na própria sociedade espanhola. No TikTok, por
exemplo, surgiu a trend "España no es racista, pero..." (a
Espanha não é racista, mas...), em que espanhóis e
imigrantes de pele escura relatavam casos chocantes de
racismo sofridos no país. Essa atitude era uma resposta
à outra, bem mais comum, representada na fala de
Josep Pedrerol, apresentador do programa El
Chiringuito, uma das mais populares mesas redondas
espanholas, que fez um discurso em que dizia: "Valência
não é racista, mas há racistas em Valência. A Espanha
não é racista, mas há racistas na Espanha". [...]
É comum que a culpa pelas agressões racistas que sofre
recaiam sobre o próprio Vinícius Jr. Supostamente, "ele
provoca". Esse discurso não é restrito a uma ideologia
ou a um espectro político − Borja Sanjuan Roca,
presidente do Partido Socialista de Valencia, chegou a
dizer que o brasileiro "é uma vergonha para o futebol". A
"provocação" de Vini é ser ele mesmo. É gingar, bailar,
exibir o futebol com os traços que marcaram o Brasil
pentacampeão mundial. E é também não ficar quieto quando é ofendido, não tapar os ouvidos para os gritos
que vêm da arquibancada. Quando aponta torcedores
nas arquibancadas fazendo gestos racistas, Vini causa à
Espanha um enorme incômodo: faz com que ela se olhe
no espelho. Faz com que a sujeira escondida debaixo do
tapete seja exposta. Faz com que, enfim, o racismo
precise ser discutido. Por isso, ele é mais odiado que o
problema.
O Diario Sport, um dos principais jornais esportivos
espanhóis, publicou no dia da premiação da Bola de
Ouro [...] que Rodri ganhou o prêmio "pelos valores".
"Vinícius tem muito o que aprender. Seus protestos e
reclamações, seus atos reprováveis sobre o gramado e a
sensação de que não aprende custaram votos a ele", diz.
[...] No sábado, o Barcelona goleou o Real Madrid por 4
a 0 jogando na casa do adversário. Houve gritos e
provocações da arquibancada contra Yamal (jogador
negro e filho de imigrantes). "Eu não percebi os insultos,
não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas
coisas no futebol, mas eu estava pensando sobre a
goleada de 4 a 0, a performance do time e a próxima
partida", disse o atacante ao ser questionado sobre o
assunto.
Essa, infelizmente, é a postura e os valores que se
espera de Vinícius. Pode-se, no máximo, mencionar que
houve insultos racistas, mas eles são só um detalhe.
Afinal, a Espanha, cof cof, não é um país racista.
(Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2024/10/30/vini-jr-causa-a-espanha-o-i
ncomodo-de-encarar-seu-proprio-racismo. Acesso em: 10 nov. 2024.
Adaptado.)
Analise as assertivas que tratam das várias concepções
racistas abordadas no artigo:
I.Para muitas pessoas, se o negro quer ser aceito na sociedade, ele precisa ficar quieto e não ficar denunciando atos racistas todo tempo. Sua existência enquanto pessoa negra já é suficiente para confrontar a sociedade.
II.Vini Jr. é o único responsável por ter perdido a Bola de Ouro, afinal, ele deve se preocupar com jogar futebol e não com denunciar atos racistas ocorridos no campo de futebol. Ele deve ignorar o que ouve e vê, seja dos torcedores, seja de outros atletas e arbitragem.
III.Vini Jr. perdeu a Bola de Ouro porque seus atos são reprováveis. Ainda que seja um excelente atleta, ele precisa aprender outros valores e amadurecer.
IV.Para o racismo existir, é preciso que, quem o sofre, dê atenção ao fato. Nesse sentido, quando Yamal ignora os gritos e provocações da arquibancada e diz "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol", ele rompeu com a lógica racista. Isso é muito mais efetivo do que o caminho escolhido por Vini Jr.
De acordo com o texto, são concepções racistas o que se afirma em:
I.Para muitas pessoas, se o negro quer ser aceito na sociedade, ele precisa ficar quieto e não ficar denunciando atos racistas todo tempo. Sua existência enquanto pessoa negra já é suficiente para confrontar a sociedade.
II.Vini Jr. é o único responsável por ter perdido a Bola de Ouro, afinal, ele deve se preocupar com jogar futebol e não com denunciar atos racistas ocorridos no campo de futebol. Ele deve ignorar o que ouve e vê, seja dos torcedores, seja de outros atletas e arbitragem.
III.Vini Jr. perdeu a Bola de Ouro porque seus atos são reprováveis. Ainda que seja um excelente atleta, ele precisa aprender outros valores e amadurecer.
IV.Para o racismo existir, é preciso que, quem o sofre, dê atenção ao fato. Nesse sentido, quando Yamal ignora os gritos e provocações da arquibancada e diz "Eu não percebi os insultos, não dei muita atenção a eles. Não há espaço para essas coisas no futebol", ele rompeu com a lógica racista. Isso é muito mais efetivo do que o caminho escolhido por Vini Jr.
De acordo com o texto, são concepções racistas o que se afirma em: