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Q1051458 Português
Uma invenção humana
    Vejo a literatura como um instrumento excepcional da nossa civilização. Ela ajuda a esclarecer o mundo. Quem nós somos? Quem nós fomos? Lendo a Ilíada, você pode imaginar quais foram os sentimentos de Aquiles ou de Príamo. Você se pergunta: “Por que esse fervor pela narrativa?”. Porque o ser humano precisou narrar, para que os fatos da vida, da poética do cotidiano, não desaparecessem. Enquanto o ser humano forjava a sua civilização, dava combate aos deuses e procurava entender em que caos estava imerso, ele contava histórias. Para que nada se perdesse. Não havia bibliotecas. No caso de Homero, os aedos – e quase podíamos intitulá-los os poetas da memória – memorizavam tudo para que os fatos humanos não se perdessem. E, assim, a angústia em relação à apreensão da vida real, o real humano, visível, intangível, esteve presente em todas as civilizações. Nas nossas Américas, por exemplo, houve entre os incas uma categoria social, a dos amautas, que tinha por finalidade única memorizar. Memorizar para que os povos não se esquecessem das suas próprias histórias. Quer dizer, a literatura não foi uma invenção dos escritores, gosto muito de enfatizar isso. Foi uma invenção humana.
     Milhões de pessoas já leram Dom Quixote. Milhões, em diferentes línguas. Mas é o mesmo livro para diferentes leitores. Isso prova que a literatura dá visibilidade a quem somos, a nossos sentimentos mais secretos, mais obscuros, mais desesperados, às esperanças mais condicionais do ser humano. E a literatura conta histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que você se dê conta deles. Então, a literatura pensou em dar conta de quem somos, dessa nossa complexidade extraordinária. Porque somos seres fundamentalmente singulares. E, por isso, a literatura é singular.

(Nélida PIÑON. Uma invenção humana – depoimento ao escritor e jornalista José Castello. Rascunho nº 110. Curitiba: 2009. In http://rascunho.com.br/wp-content/uploads/2012/02/ Book_Rascunho_110.pdf. Acesso em 15.11.18. Adaptado)
Assinale a alternativa que reescreve livremente passagem do texto original, de acordo com a norma-padrão de regência e de concordância.
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GABARITO: LETRA B

A) A literatura conta histórias porque sempre houveram fatos e sensações que mereciam ser transmitidos. ? verbo "haver" com sentido de "ocorrer" é impessoal e não deve ser flexionado (houve fatos).

B) Considerando-se a obra Ilíada, percebe-se que a literatura instrumentaliza nossas civilizações faz séculos. ? correto, verbo "fazer" indicando tempo decorrido e sendo impessoal, está corretamente no singular.

C) Os seres humanos possuem esperanças e angústias por vezes expressados pela literatura. ? a concordância deve ser feita com os dois núcleos (ambos substantivos femininos), logo, o correto é "expressadas".

D) Os escritores almejam no propósito de dar visibilidade a quem somos e ao que sentimos. ? quem almeja, almeja alguma coisa e não "em" (almejam o propósito).

E) Milhões de pessoas que já leram Dom Quixote discordam com a ideia de que essa é uma obra para poucos. ? discordam de alguma coisa e não "a" (da ideia).

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FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

Assertiva B

Considerando-se a obra Ilíada, percebe-se que a literatura instrumentaliza nossas civilizações faz séculos.

ai é mais regência!!!!

A

A literatura conta histórias porque sempre houveram houve fatos e sensações que mereciam ser transmitidos.

B

Considerando-se a obra Ilíada, percebe-se que a literatura instrumentaliza nossas civilizações faz séculos.

C

Os seres humanos possuem esperanças e angústias por vezes expressados expressadas (as esperanças e as angústias) pela literatura.

D

Os escritores almejam no o propósito de dar visibilidade a quem somos e ao que sentimos.

E

Milhões de pessoas que já leram Dom Quixote discordam com a da ideia de que essa é uma obra para poucos.

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