Leia o fragmento a seguir.O documento não é inócuo. É, antes...
Leia o fragmento a seguir.
O documento não é inócuo. É, antes de mais nada, o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da sociedade que o produziram, mas também das épocas sucessivas durante as quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a ser manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento é uma coisa que fica, que dura, e o testemunho, o ensinamento (para evocar a etimologia) que ele traz devem ser em primeiro lugar analisados, desmistificando- lhe o seu significado aparente. O documento é monumento. |
LE GOFF, J. Documento/Monumento. In: _____. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. p. 538.
Nas considerações de Le Goff, o conceito de monumento destaca a relação entre o documento do passado e o
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Olá, estudante! Vamos analisar essa questão juntos.
A alternativa correta é a B. Vamos entender o porquê e também analisar as outras alternativas.
O fragmento da obra de Jacques Le Goff discute a natureza do documento histórico e como ele deve ser interpretado. Le Goff argumenta que um documento não é apenas um registro neutro do passado, mas um resultado das relações sociais e históricas que o produziram. Ele também menciona que o documento deve ser analisado criticamente, desmistificando seu significado aparente. Por isso, ele usa a expressão “O documento é monumento”, sugerindo que os documentos têm um propósito e uma intenção que refletem as relações de poder e as tentativas de incutir uma determinada imagem ao futuro.
Alternativa B: Esta alternativa é a correta porque destaca a relação entre o documento e o poder. Ela nos lembra que os documentos podem ser vistos como produtos das relações de força dentro de uma sociedade, que tentam incutir uma determinada imagem de si para o futuro. Isso está alinhado com a visão de Le Goff sobre os documentos históricos.
Vamos agora analisar as alternativas incorretas:
Alternativa A: Fala sobre o imaginário social e como as fontes históricas revelam a memória e a mentalidade de uma sociedade. Embora isso seja uma perspectiva importante em estudos históricos, não é o foco do que Le Goff está destacando no texto. Ele está mais preocupado com o poder e a manipulação dos documentos.
Alternativa C: Essa alternativa sugere uma visão mais positivista do documento histórico, como algo que deve ser extraído sem distorções. Le Goff, no entanto, argumenta que os documentos são sempre resultados de contextos específicos e relações de poder, e não algo que pode ser simplesmente extraído de forma objetiva.
Alternativa D: Refere-se ao patrimônio e aos vestígios arquitetônicos e materiais. Embora Le Goff e a escola dos Annales enfatizem a importância de diversas fontes, o texto específico destaca a relação entre documentos e poder, e não apenas a ampliação das fontes históricas.
Conclusão: A correta interpretação dos documentos históricos requer entender que eles são produtos das relações de poder e das intenções de quem os produziu. Le Goff nos lembra que devemos sempre problematizar e desmistificar esses documentos para compreender verdadeiramente o passado.
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