Enfarte: genética versus hábitos Riad YounesDesde o fim da d...
Desde o fim da década de 1930, a comunidade médica detectou com clareza maior concentração de casos de enfarte em algumas famílias, levando à teoria da predisposição genética para a ocorrência de doenças cardiovasculares. Parentes de pacientes que foram diagnosticados com enfarte ou derrame tinham maiores chances de eles mesmos apresentarem o quadro durante sua vida. Nas décadas subsequentes, vários estudos correlacionaram os hábitos dos pacientes como fatores de risco para doenças cardiovasculares. Sedentarismo, tabagismo, obesidade, entre outros, aumentam drasticamente as chances de enfarte. Depois, vários cientistas passaram a estudar a correlação dos riscos genéticos com os comportamentais, na tentativa de avaliar o peso que cada risco tinha na determinação do destino do coração dos indivíduos. Dúvidas como se filhos de pacientes com enfarte, com genética comprometida, teriam algum benefício em modificar seus hábitos pessoais e controlar os outros fatores de risco, ou seriam predestinados ao desastre independentemente de qualquer manobra. Pesquisadores da Universidade de Harvard, em Boston, liderados pelo doutor Amit Khera, concluíram recentemente um estudo extenso que envolveu mais de 55 mil pessoas em vários países e que avaliou a relação entre fatores genéticos e hábitos na determinação do risco de enfarte durante dez anos de seguimento. O estudo foi publicado esta semana na prestigiosa revista médica New England Journal of Medicine. Os especialistas analisaram o perfil genético e os hábitos pessoais dos voluntários e classificaram seus achados em categorias de baixo risco ou favorável, risco intermediário ou elevado, ou desfavorável. Dos fatores de risco relacionados ao estilo de vida, os indivíduos foram separados de acordo com a ausência de um ou mais dos seguintes fatores: tabagismo, obesidade, sedentarismo e dieta de risco. Quem não tinha três ou mais desses fatores era considerado de baixo risco para enfarte. Pacientes com três ou mais desses fatores foram classificados de risco elevado para doença cardiovascular. Os outros teriam risco intermediário. Os resultados do estudo deixaram evidente a relação direta entre aumento do número de fatores de risco ligados ao estilo de vida com a elevação do risco de enfarte em dez anos. Também ficou clara a correlação entre alterações genéticas detectadas no Projeto Genoma e as chances de enfarte. O mais interessante, nesse estudo, foi a total independência dos riscos genéticos daqueles relativos ao estilo de vida. Em outras palavras, mesmo as pessoas com alto risco genético e familiar podem beneficiar-se do controle eficiente da obesidade, do tabagismo, do sedentarismo e do consumo regular de dieta nociva. As pessoas consideradas de alto risco genético, que praticam hábitos saudáveis, tiveram suas chances de enfarte reduzidas pela metade, independentemente de medicamentos ou outras manobras químicas para controle do colesterol. O gráfico mostra o impacto de cada fator sobre cada grupo de risco genético. Os cientistas recomendam para todas as pessoas, principalmente para aquelas com carga genética desfavorável, a aderência intensiva a programas de controle dos hábitos deletérios. A orientação médica é fundamental para evitar enfartes e derrames de forma significativa. Vale a pena insistir. Disponível em: <www.cartacapital.com.br>. Acesso em: 14 dez. 2017. [Adaptado]
Nas décadas subsequentes, vários estudos correlacionaram os hábitos dos pacientes como fatores de risco para doenças cardiovasculares. Sedentarismo, tabagismo, obesidade, entre outros, aumentam drasticamente as chances de enfarte.
Com relação ao uso das vírgulas,
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Alternativa correta: D - a primeira separa uma expressão adverbial deslocada, e as três seguintes separam uma enumeração.
Vamos entender detalhadamente a questão e as alternativas:
Esta questão aborda o uso correto das vírgulas na construção de frases em Língua Portuguesa. Para resolvê-la, é necessário compreender a função que cada vírgula desempenha no texto.
No trecho destacado, temos a frase:
"Nas décadas subsequentes, vários estudos correlacionaram os hábitos dos pacientes como fatores de risco para doenças cardiovasculares. Sedentarismo, tabagismo, obesidade, entre outros, aumentam drasticamente as chances de enfarte."
1. Primeira vírgula: A vírgula após "subsequentes" é usada para separar uma expressão adverbial deslocada ("Nas décadas subsequentes"). Isso facilita a leitura e a compreensão da frase.
2. Vírgulas seguintes: As vírgulas após "sedentarismo", "tabagismo" e "obesidade" separam elementos de uma enumeração ("sedentarismo, tabagismo, obesidade, entre outros"). Essas vírgulas são obrigatórias para listar elementos de forma clara.
Vamos analisar as alternativas incorretas:
A - todas as vírgulas são opcionais, com exceção daquelas após “sedentarismo” e “tabagismo”.
Incorreta: A primeira vírgula não é opcional, pois separa uma expressão adverbial deslocada. Além disso, a vírgula após "obesidade" também é obrigatória na enumeração.
B - a primeira é opcional, e as seguintes separam elementos de mesma classe gramatical.
Incorreta: A primeira vírgula não é opcional. Ela é necessária para separar a expressão adverbial deslocada. As vírgulas seguintes, de fato, separam elementos de mesma classe, mas isso não torna a primeira vírgula opcional.
C - todas as vírgulas são obrigatórias, com exceção daquelas após “obesidade”.
Incorreta: A vírgula após "obesidade" é necessária para separar os elementos na enumeração. Portanto, todas as vírgulas são obrigatórias.
D - a primeira separa uma expressão adverbial deslocada, e as três seguintes separam uma enumeração.
Correta: Esta alternativa descreve corretamente a função de cada vírgula na frase. A primeira vírgula separa a expressão adverbial deslocada "Nas décadas subsequentes", enquanto as demais separam os elementos da enumeração (sedentarismo, tabagismo, obesidade, entre outros).
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