Metais como chumbo, mercúrio, arsênio, lítio e cádmio estão ...

O tema central da questão é a toxicocinética e toxicodinâmica de metais pesados, que são importantes na toxicologia devido ao seu impacto na saúde humana e ambiental. Para resolver esta questão, é necessário entender como esses metais são absorvidos, distribuídos, metabolizados e excretados pelo organismo.

A alternativa correta é a D.

Justificativa para a alternativa correta (D): A alternativa correta descreve de forma precisa a toxicocinética do chumbo. Ela menciona que a absorção pulmonar do chumbo é influenciada pelo tamanho aerodinâmico da partícula e pela solubilidade, sendo que 40% do chumbo que chega aos alvéolos é absorvido. A ligação do chumbo à enzima ALA-D dentro do eritrócito está correta, assim como a menção ao polimorfismo dessa enzima influenciando a toxicocinética. Além disso, a distribuição do chumbo para todos os tecidos, incluindo o feto, e seu depósito nos ossos refletem a realidade conhecida sobre o comportamento do chumbo no organismo.

Análise das alternativas incorretas:

A: Esta alternativa está incorreta pois afirma que o íon lítio sofre biotransformação, aumentando sua toxicidade. Na realidade, o lítio não é biotransformado no corpo humano, e sua toxicidade não é aumentada pela biotransformação.

B: Esta alternativa está incorreta porque afirma que o mercúrio é excretado principalmente na urina após reação de metilação. O mercúrio elementar e inorgânico é principalmente excretado pelas fezes, enquanto os compostos orgânicos de mercúrio, como os metilmercúrios, são excretados pela bile e, em menor grau, pela urina.

C: Esta alternativa descreve corretamente alguns aspectos da toxicocinética do arsênio, mas contém um erro ao afirmar que o arsênio se liga a proteínas séricas três vezes mais na fração eritrocitária do que na plasmática. Normalmente, o arsênio distribui-se mais amplamente no plasma.

E: Esta alternativa apresenta um erro ao afirmar que a metalotioneína não protege os órgãos da ação tóxica do cádmio. A metalotioneína liga-se ao cádmio e tem um papel protetor, reduzindo a toxicidade do cádmio em alguns tecidos.

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A via primária de excreção do metilmercúrio (orgânico) ocorre através de fezes e não urinária como a alternativa b afirma.

A  A hierarquia de depósito de arsênio nos órgãos poderia ser definida desta forma: fígado > rins > músculos > coração > baço > pâncreas > pulmões > cérebro (cerebelo > tecido encefálico) > pele > sangue (BENRAMDANE et al., 1999b).

sem comentário, que questão!

toda materia de toxicologia em uma questão...kkk... misericordia

a) dependendo do sal de lítio, a absorção é lenta e parcial pelo trato gastrintestinal uma vez que se liga às proteínas plasmáticas, [...] (ERRADO)

R= O lítio não se liga a proteínas de transporte, sendo, assim, encontrado livre no plasma. Ele não é metabolizado para sua excreção

b) os organomercuriais são absorvidos pelo trato gastrintestinal, em proporção superior a 95% do ingerido, principalmente no intestino grosso. Atravessam as barreiras hematencefálica e placentária. Outros órgãos de distribuição e acúmulo de organomercuriais de cadeia curta são os ossos, fígado e cabelos, sendo o mercúrio excretado principalmente na urina, após reação de metilação. (ERRADO)

R= A via primária de excreção do metilmercúrio (orgânico) ocorre através de fezes e não urinária.

c) a biodisponibilidade do arsênio ingerido depende da matriz em que se encontra. Após a absorção, distribui-se na fração eritrocitária, cerca de três vezes mais que na plasmática, se ligando a proteínas séricas. O arsênio deixa lentamente a corrente sanguínea e se deposita nos tecidos, sendo armazenado no fígado, baço e pulmões, com alta concentração em tecidos ricos em queratina. A biotransformação é realizada por metilações às formas orgânicas. (ERRADO)

OBS: acredito que o erro está em afirmar que o arsênio deixa lentamente a corrente sanguínea.

R= [...] Após a absorção, o arsênico se liga à hemoglobina, aos leucócitos e às proteínas plasmáticas. Em 24 horas, o arsênico desaparece da circulação, sendo redistribuído para o fígado, os rins, o baço, o pulmão, o trato gastrintestinal, os músculos e os tecidos nervosos, com subsequente integração no cabelo, nas unhas e nos ossos. [...]

d) a absorção pulmonar do chumbo é influenciada pelo tamanho aerodinâmico da partícula e pela solubilidade, onde 40% do que chega aos alvéolos é absorvido. Dentro do eritrócito, liga-se à ALA-D, podendo o polimorfismo desta enzima constituir um fator genético influente na toxicocinética do metal. Do sangue, o chumbo é distribuído para todos os tecidos, inclusive para o feto, sendo depositado nos ossos. (CERTO)

e) o cádmio, após absorvido, distribui-se principalmente pelos músculos e rins, sendo encontrado em células sanguíneas ligado a proteínas do soro plasmático como albumina e glicoproteínas, ou ainda, em metaloproteínas hepáticas. A interação com a metalotioneína é importante para a toxicocinética, pois, apesar dessa ligação imobilizar o metal, não protege os órgãos da ação tóxica.

OBS: acredito que o erro está em afirmar que a metalotioneína não protege os órgãos. Vejamos o fragmento abaixo:

R= "Metalotioneínas (MTs) são proteínas citosólicas cuja função biológica está relacionada à regulação de metais essenciais e a detoxificação de metais tóxicos."

"No tecido hepático o Cd liga-se a MT por uma troca com o Zn na molécula da proteína. Cd induz a síntese de MT e o metal é ligado pela proteína protegendo as células hepáticas da toxicidade."

Vale fazer uma correção do comentário do professor. Na literatura, está descrito que o arsênio após ser absorvido distribui-se mais na fração eritrocitária do que na plasmática, isso inclusive causa toxicidade aos eritrócitos e, consequente, anemia.

referência: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2213231722000933#bib9

Resposta:

C) a biodisponibilidade do arsênio ingerido depende da matriz em que se encontra (OK).

Após a absorção, distribui-se na fração eritrocitária, cerca de três vezes mais que na plasmática, se ligando a proteínas séricas (a referência mencionada cita que o arsênio se apresenta cerca de quatro vezes a mais na fração eritrocitária do que na fração plasmática após absorção).

O arsênio deixa lentamente a corrente sanguínea e se deposita nos tecidos (a distribuição aos tecidos é considerada rápida),

sendo armazenado no fígado, baço e pulmões, com alta concentração em tecidos ricos em queratina (OK).

A biotransformação é realizada por metilações às formas orgânicas (ocorre metilações do As inorgânico para as formas orgânicas DMA e MMA).