A Rede de Atenção à Saúde (RAS) no Brasil deve ser voltada ...

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Q1674722 Odontologia
A crise contemporânea dos sistemas de atenção à saúde reflete, portanto, o desencontro entre uma situação epidemiológica dominada pelas condições crônicas – nos países desenvolvidos de forma mais contundente e nos países em desenvolvimento pela situação de dupla ou tripla carga das doenças – e um sistema de atenção à saúde voltado predominantemente para responder às condições agudas e aos eventos agudos, decorrentes de agudizações de condições crônicas, de forma reativa, episódica e fragmentada.

MENDES, Eugênio Vilaça. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. p. 549.

Acerca da oferta de cuidados nos sistemas de saúde, julgue os itens a seguir.
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) no Brasil deve ser voltada exclusivamente aos agravos de doenças infectocontagiosas. Essa afirmação decorre do fato de que a maioria das internações e mortes no país são causadas por essas doenças.
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A alternativa correta é E - errado.

Para compreender essa questão, precisamos entender o conceito de Redes de Atenção à Saúde (RAS). As RAS são sistemas organizados de ações e serviços de saúde que buscam integridade e continuidade no cuidado ao paciente. No Brasil, as RAS foram desenvolvidas para abordar uma ampla gama de problemas de saúde, não se restringindo apenas a doenças infectocontagiosas.

A afirmação na questão está incorreta porque sugere que as RAS deveriam ser focadas exclusivamente em doenças infectocontagiosas. No entanto, os sistemas de saúde, incluindo as RAS, devem se adaptar à realidade epidemiológica, que inclui uma combinação de doenças agudas, crônicas e infectocontagiosas. A evolução demográfica e epidemiológica exige que os sistemas de saúde sejam preparados para uma dupla ou tripla carga de doenças, que inclui as condições crônicas cada vez mais prevalentes.

Além disso, a citação de Eugênio Vilaça Mendes aponta justamente o desafio dos sistemas de saúde em se adaptarem para abordar condições crônicas de maneira mais eficiente e integrada, ao invés de se restringirem a um modelo reativo e fragmentado focado apenas em condições agudas. Assim, é necessário que as RAS também dêem atenção significativa às doenças crônicas e à promoção da saúde, refletindo a complexidade da situação epidemiológica contemporânea.

Portanto, a proposição de que a RAS no Brasil deve ser exclusivamente voltada aos agravos de doenças infectocontagiosas é uma interpretação errônea das diretrizes e necessidades atuais dos sistemas de saúde.

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Comentários

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A questão está errada. A Rede de Atenção à Saúde (RAS) no Brasil não deve ser voltada exclusivamente para os agravos de doenças infectocontagiosas. Isso porque a RAS busca contemplar a integralidade dos cuidados de saúde necessários para a população, incluindo doenças crônicas, agudas, transmissíveis e não transmissíveis, além de ações preventivas e promoção da saúde. O texto de Eugênio Vilaça Mendes citado na questão ressalta justamente a necessidade de superar o desencontro entre o sistema de saúde focado predominantemente na resposta a condições agudas e a realidade epidemiológica que apresenta significativa carga de doenças crônicas. Portanto, a afirmativa da questão não reflete a atuação da RAS no Brasil nem as orientações da Organização Pan-Americana da Saúde sobre o tema.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil, responsáveis por cerca de 30% dos óbitos, ou seja, cerca de 400 mil vítimas por ano. 

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