No trecho “O sujeito que diz isso não conhece o brasileiro. ...

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Q2635717 Português

Considere atentamente o texto a seguir, extraído de uma das crônicas de Otto Lara Resende, para responder as próximas questões.


“O Dr. Fritz Muller é um alemão que veio jovem para o Brasil, no século passado. Um sábio. E até um herói, pela vida que levou em Santa Catarina. O Moacir Werneck de Castro escreveu sobre o Dr. Muller um livro que ainda está inédito. Li o original e fiquei impressionado: que vida! O homem se adaptou ao Brasil de tal forma que chegou a andar descalço, com chapéu de caipira na cabeça. Nem por isso deixou de ser alemão. Em 1878, escreveu numa carta o seguinte: ‘Quando se vive todo um quarto de século na terra das preguiças, incorpora-se pouco a pouco algo da natureza desses bichos, seja em razão do exemplo, do clima ou, o que é essencial, da falta de estímulos espirituais’. Estava amargo nesse dia o Dr. Fritz Muller. E tinha lá as suas razões. Era de briga o homem. Teve muito aborrecimento, mas nunca mais saiu daqui e deixou uma bela obra. Per Johns, escritor, é filho de dinamarqueses. Se você quer saber como os nórdicos que vivem aqui veem o brasileiro, leia ‘As aves de Cassandra’. É um romance e nem por isso deixa de ser um documento. Disse nórdicos, mas posso dizer europeus do norte, para aí incluir alemães, ingleses e outros. Têm horror a itálicos e hispânicos. E do Brasil não têm uma visão lisonjeira. Acabam às vezes se abrasileirando, mas não suportam, com licença, a nossa ‘esculhambação’. Está lá no Per Johns o que sentem e o que dizem do trópico. Metem o pau na nossa pasmaceira, sensualidade e preguiça. Mas uma prova da força da nossa cultura é que o próprio Per Johns, dinamarquês de quatro costados, é hoje um acabado escritor brasileiro. Dizer que o brasileiro é preguiçoso é a meu ver injusto. O sujeito que diz isso não conhece o brasileiro. E muito menos a preguiça, um desdentado da família dos bradipodídeos. Brasileira 100%, a preguiça não gasta energia à toa. Prova de que é inteligentíssima. Vive o tempo todo na embaúba. Só se muda se for preciso. Por exemplo: se faltarem as folhinhas novas que aprecia. Ameaçada, é capaz de subir correndo numa árvore de trinta metros. Adora o sol e faz ginástica, feliz da vida. Bem camuflada, não há onça nem jiboia que a peguem. Os nórdicos queriam o quê? Que a preguiça saísse correndo pelo mato qual antílope? Isto seria burrice. E morte na certa. Inteligência é capacidade de adaptação. É o que não falta ao brasileiro e à preguiça”. (Preguiça e inteligência, Otto Lara Resende, com adaptações).

No trecho “O sujeito que diz isso não conhece o brasileiro. E muito menos a preguiça”, o substantivo “preguiça” diz respeito a um:

Alternativas

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Para resolver a questão apresentada, é fundamental entender o contexto em que o substantivo "preguiça" é utilizado no texto de Otto Lara Resende. A questão envolve o reconhecimento de que, em diferentes passagens do texto, a palavra "preguiça" pode ter significados distintos, dependendo de sua referência.

Alternativa Correta: A - animal.

No trecho citado, “O sujeito que diz isso não conhece o brasileiro. E muito menos a preguiça”, o substantivo "preguiça" refere-se a um animal, mais especificamente ao mamífero conhecido por seu comportamento lento e adaptado ao ambiente que habita, como descrito no texto.

Vamos analisar por que as outras alternativas estão incorretas:

Alternativa B - defeito: Esta opção sugere que "preguiça" é vista como uma falha ou deficiência. No entanto, no contexto do trecho analisado, "preguiça" é claramente mencionada como um animal, não como um traço de caráter ou falha humana.

Alternativa C - hábito: Embora a preguiça possa ser um hábito em alguns contextos, nesta passagem específica, o autor está falando sobre o animal preguiça e suas características naturais, não sobre um comportamento humano habitual.

Alternativa D - preconceito: Esta alternativa está incorreta porque "preguiça", no caso analisado, não está sendo utilizada para descrever uma opinião preconcebida ou um julgamento negativo sobre alguém ou algo.

Alternativa E - vício moral: "Preguiça" não é utilizada como um vício moral no trecho mencionado. O texto não aborda a preguiça como um desvio de conduta, mas sim retrata o animal e suas estratégias de sobrevivência.

Para questões como esta, é importante prestar atenção ao contexto e ao sentido específico em que as palavras são utilizadas no texto. Muitas vezes, a mesma palavra pode ter significados diferentes, e a interpretação correta depende da análise cuidadosa do texto.

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