Com relação ao processo de avaliação psicológica e psicodiag...
Na população idosa, o diagnóstico diferencial entre senescência e demência no estágio inicial é claro, devido às características específicas dessas duas condições.
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A alternativa correta para a questão apresentada é: E - errado.
Vamos entender o porquê dessa resposta.
No contexto da avaliação psicológica e do psicodiagnóstico, é importante reconhecermos as especificidades da avaliação da população idosa, especialmente quando se trata de diferenciar entre senescência (o processo natural de envelhecimento) e demência (um conjunto de sintomas que podem incluir perda de memória, dificuldades de comunicação e raciocínio, entre outros).
A questão menciona que o diagnóstico diferencial entre senescência e demência no estágio inicial é claro devido às características específicas dessas duas condições. No entanto, isso não é verdade.
Vamos analisar com mais detalhes:
Senescência: Refere-se ao processo natural de envelhecimento, onde ocorrem mudanças cognitivas leves, como uma diminuição na velocidade de processamento de informações e pequenas dificuldades de memória que não interferem significativamente na funcionalidade diária do indivíduo.
Demência: Trata-se de uma condição patológica caracterizada por um declínio cognitivo mais acentuado e progressivo, afetando a memória, o pensamento, a linguagem e a capacidade de realizar atividades cotidianas.
No estágio inicial, os sintomas da demência podem ser bastante sutis e se sobreporem aos da senescência, tornando o diagnóstico diferencial muito desafiador. Por exemplo, tanto uma pessoa com senescência quanto uma com demência podem apresentar esquecimento, mas o contexto e a frequência desses esquecimentos, assim como outros sintomas associados, são cruciais para o diagnóstico correto.
Portanto, afirmar que o diagnóstico diferencial é claro no estágio inicial é incorreto. O psicólogo precisa utilizar uma combinação de entrevistas clínicas, testes neuropsicológicos, histórico médico e, muitas vezes, colaboração com outros profissionais da saúde para chegar a um diagnóstico preciso.
Em resumo, o item está incorreto porque subestima a complexidade do diagnóstico diferencial entre senescência e demência nos estágios iniciais.
Espero que essa explicação tenha ajudado a esclarecer a questão. Se tiver mais dúvidas, estou aqui para ajudar!
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Comentários
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Prezados, a referência da questão trata-se do livro da Jurema Alcides Cunha. Vejamos:
QUEIXAS MUITO COMUNS TRAZIDAS POR IDOSOS E FAMILIARES:
estão mais lentos e distraídos, mais “desastrados”, desorientam-se diante de qualquer modificação em locais menos conhecidos, esquecem-se facilmente das coisas (“menos as do seu interesse”), “são repetitivos”, “teimosos”, “inflexíveis”. Esses problemas vão se instalando devagar, em épocas diferentes, geralmente a partir da sexta década.
O problema que se apresenta, então, é identificar se essas mudanças constituem as alterações normais e esperadas durante o envelhecimento ou sugerem um processo demencial.
Essa tarefa não é fácil por várias razões:
1) os distúrbios cognitivos dos estádios iniciais da demência, especialmente da Demência de Alzheimer, são superponíveis aos da senescência normal ou aos da depressão;
2) freqüentemente, os idosos apresentam condições que interferem na cognição; dentre estas, destacam- se causas psiquiátricas, principalmente, depressão, isolamento social, doenças médicas, déficits sensoriais e polifarmácia.
Senilidade e senescência são alterações relacionadas ao envelhecimento; no entanto, cada uma tem impactos diferentes sobre a saúde.
A senescência abrange as alterações fisiológicas, ou seja, naturais, que ocorrem no curso do envelhecimento. Não configuram doenças. Podemos citar o embranquecimento dos cabelos, o aparecimento de rugas e a perda da flexibilidade da pele, a redução da estatura, a redução da proporção de água corporal e da massa muscular etc.
A Senilidade é o processo de envelhecimento associado a diversas alterações decorrentes de doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas, pulmonares, renais e neurológicas, bem como hábitos inadequados adquiridos ao longo da vida. A senilidade pode levar à incapacidade funcional em graus variados, insuficiência de órgãos e perda da qualidade de vida.
Velhice não é sinônimo de doença e a morte deve ser encarada como um desfecho natural inevitável. É possível que o manejo adequado das doenças e incapacidades e a prevenção de agravos permitam ao indivíduo senil um envelhecimento bem sucedido, com qualidade de vida e uma boa morte, com conforto e dignidade.
fonte: Redação do Geriatria Goiânia
Vamos simplificar:
Senescência = comprometimentos normais do envelhecimento
Demência = comprometimento cognitivo mais acentuado fora do padrão
Pela lógica, se a demência está no estágio inicial, ou seja menos grave e marcante, pode ser facilmente confundida com senescência.
Logo, questão ERRADA, pois no estágio inicial é mais difícil realizar o diagnóstico diferencial.
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