O uso do temo “edifício”, em “Todo o edifício da literatura...

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Q1845506 Português
A partir da leitura do excerto abaixo, responda à questão.

Alguns autores consideram que a arte de escrever de maneira original consiste, em última análise, na capacidade de repetir uma ideia com uma abordagem nova, levando o leitor a pensar e sentir que aquele conteúdo é totalmente inédito. Em outras palavras, é como se afirmássemos que ser original é ter a habilidade de esconder as fontes. Todo o edifício da literatura, incluindo os clássicos, é feito a partir dessa técnica. A prática vem de longe, portanto.
Em Passeios na ilha, Carlos Drummond de Andrade admite que o desenvolvimento da originalidade tem etapas bem definidas. Sem muita poesia e com uma boa prosa, ele é claro ao desabafar: “Primeira fase: o poeta imita modelos célebres. Última fase: o poeta imita-se a si mesmo. Naquela, ainda não conquistou a originalidade; nesta, já a perdeu. Não há mais triste elogio que ‘Não é preciso assinatura, isto é de X!’ Esplêndido seria que só se descobrisse que é X pela assinatura”.

(MARCHIONI, RUBENS. Escrita criativa: da ideia ao
texto. São Paulo: Contexto, 2018.)
O uso do temo “edifício”, em “Todo o edifício da literatura”, é utilizado de forma conotativa, figurada, para fazer referência à “construção” literária, às obras literárias, como um patrimônio da atividade cultural da humanidade. A figura de linguagem empregada recebe o nome de:
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Metáfora é uma figura de linguagem em que se transfere o nome de uma coisa para outra com a qual é possível estabelecer uma relação de comparação. Para que a comparação possa ocorrer, devem existir elementos semânticos (relativos ao significado) semelhantes entre as palavras ou expressões em questão.

fonte.: significados.com.br.

metáfora - é uma comparação implícita, é o sentido figurado

A metonímia consiste em utilizar uma palavra no lugar de outra, com a qual exista alguma relação de sentido.

Exemplo: Ele comeu três pratos de feijoada

Na verdade, ele não comeu o prato em si, e sim a feijoada, mas isso fica subentendido no texto.

A questão é sobre figuras de linguagem e quer saber qual a figura de linguagem presente em "Todo o edifício da literatura". Vejamos:

 .

A) Metonímia.

Errado.

Metonímia: consiste em usar uma palavra por outra, com a qual se acha relacionada. Essa troca se faz não porque as palavras são sinônimas, mas porque uma evoca a outra. Há metonímia quando se emprega, por exemplo:

O autor pela obra: Nas horas de folga lia Camões. [Camões = a obra de Camões]

 .

B) Metáfora.

Certo. Nesse caso, o uso do temo “edifício”, em “Todo o edifício da literatura”, é utilizado de forma conotativa, figurada, para fazer referência à “construção” literária, às obras literárias, como um patrimônio da atividade cultural da humanidade. "Edifício" está sendo comparado à "construção" da literatura, sem o uso do comparativo "como".

Metáfora: é o desvio da significação própria de uma palavra, nascido de uma comparação mental ou característica comum entre dois seres ou fatos.

Ex.: "O pavão é um arco-íris de plumas."

  • Não confundir a metáfora com a comparação. Na comparação, os dois termos vêm expressos e unidos por nexos comparativos (como, tal, qual, assim como, etc.):

Nero foi cruel como um monstro. (comparação)

Nero foi um monstro. (metáfora)

 .

C) Personificação.

Errado.

Personificação: é a figura pela qual fazemos os seres inanimados ou irracionais agirem e sentirem como pessoas humanas. É um precioso recurso da expressão poética. Por meio desta figura, também chamada prosopopeia e animização, empresta-se vida e ação a seres inanimados.

Ex.: A Morte roubou-lhe o filho mais querido.

 .

D) Paradoxo.

Errado.

Paradoxo: consiste esta figura, também chamada oxímoro, em usar, intencionalmente, um contrassenso.

Ex.: Valentia covarde assaltar e matar pessoas indefesas!

 .

E) Antítese.

Errado.

Antítese: consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentido oposto.

Ex.: "Como eram possível beleza e horror, vida e morte harmonizarem-se assim no mesmo quadro?" (Érico Veríssimo)

 .

Referência: CEGALLA, Domingos Pascoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 48.ª edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

 .

Gabarito: Letra B 

As bancas têm fissura por metáforas.

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