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Q2234337 Psicologia
Caso clínico 5A2-I

        Maria procurou o serviço público de saúde de sua região por estar preocupada com seu filho Josué, de 4 anos de idade. De acordo com o relato materno, ele sempre foi "uma criança difícil": "No início, pensei que ele era mais caladão e quieto. Eu tinha que me lembrar de que tinha um bebê em casa. Para chamar a atenção dele, só com um objeto em movimento, a roda de um carrinho ou algo que girasse. Nunca gostou de brinquedo com som. Aliás, desde bebê, parece se incomodar muito com barulho. Hoje tenho certeza de que ele não gosta: qualquer som mais alto, ele coloca logo as mãos na orelha. Até seu jeito de brincar é diferente. Lembro de comprar um monte de brinquedo pra ele e ele nunca parecer se interessar. Gostava mesmo era de pedaços de coisas que encontrava pela casa: tampas, rodas soltas de carrinho, pedaços de barbante, lascas de parede. Eu ficava muito incomodada, porque parecia que ele não se interessava por mim ou por qualquer brincadeira que eu fizesse com ele. Nem quando tinha outras crianças ele gostava de brincar junto. Me dei conta de que algo poderia estar errado quando o filho de minha irmã nasceu, há um ano. Demorei pra procurar ajuda porque não quero acreditar que tenha algo errado com meu filho. Como somos só nós dois, tenho medo de não suportar a dor de saber que meu filho tem algum problema" (sic). 
Ainda considerando o caso clínico 5A2-I, julgue o próximo item, à luz das contribuições da psicopatologia, do DSM-5, da CID-10, dos princípios norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e das ações básicas em saúde.
Autolesão e comportamentos disruptivos e desafiadores estão ausentes em quadros como o de Josué. 
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Gabarito comentado

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Exige-se conhecimento do TEA e suas características em meio da psicopatologia assimilada com o DSM-5 e CID-10.

 

ERRADO. No quadro do paciente Josué com característica de Autismo-TEA podem acontecer comportamentos disruptivos, desafiadores e autolesão, já que este é um transtorno do neurodesenvolvimento, na desregulação comportamental podem acontecer episódios assim, visto que a criança tem déficit na comunicação social, outras na fala, como atraso, comunicação não-verbal, movimentos repetitivos, desregulação emocional. Podemos perceber tal comentário em publicações científicas no quadro e seguida:

 

Algumas das maiores dificuldades enfrentadas pelos professores num contexto de inclusão são as estruturas físicas, recursos materiais e humanos e qualificação específica para essa modalidade de ensino - os professores muitas vezes não são preparados para lidar com essas crianças. Existem também as questões comportamentais, por exemplo, no autismo, os comportamentos estereotipados e disruptivos (PIMENTEL; FERNANDES, 2014).

 

“A característica definidora da intervenção é a aplicação consistente dos princípios da Análise do Comportamento que é realizada para cada habilidade a ser ensinada ou comportamento desajustado a ser trabalhado. Outro ponto importante é o processo de generalização que é um dos objetivos da intervenção. O aprendizado da criança não fica somente em ambiente terapêutico, mas também se transpõe para situações familiares e escolares. Outro ponto da intervenção em ABA que a torna eficaz é o fato de que os comportamentos não adaptativos, tais como, agressividade e autolesão, comuns no repertório comportamental de crianças com diagnóstico de autismo, não são reforçados, já os comportamentos adequados, são mantidos através de reforçamento positivo. As respostas adequadas e próximas do comportamento alvo são reforçadas contingentemente, e, para atingir o comportamento alvo são reforçadas respostas sutis que se aproximam dele” (BORDIN, 2015, p.53).

 

Fonte:

 

RODRIGUES, R. S; DOMICIANO, P. R.C; EMERICH-GERALDO, D. Deficiência intelectual e transtorno do espectro autista: uma revisão da literatura sobre os comportamentos do professor na inclusão escolar. Cad. Pós-Grad. Distúrb. Desenvolv.,  São Paulo ,  v. 18, n. 2, p. 170-186, dez.  2018.

SOUZA, L.A.M. A mediação do professor de Arte na inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista/ Luana Aparecida Martins de Souza. – Paranaíba, MS: UEMS, 2019.

 

Gabarito da professora: ERRADO

Exige-se conhecimento do TEA e suas características em meio da psicopatologia assimilada com o DSM-5 e CID-10.

 

ERRADO. No quadro do paciente Josué com característica de Autismo-TEA podem acontecer comportamentos disruptivos, desafiadores e autolesão, já que este é um transtorno do neurodesenvolvimento, na desregulação comportamental podem acontecer episódios assim, visto que a criança tem déficit na comunicação social, outras na fala, como atraso, comunicação não-verbal, movimentos repetitivos, desregulação emocional. Podemos perceber tal comentário em publicações científicas no quadro e seguida:

 

Algumas das maiores dificuldades enfrentadas pelos professores num contexto de inclusão são as estruturas físicas, recursos materiais e humanos e qualificação específica para essa modalidade de ensino - os professores muitas vezes não são preparados para lidar com essas crianças. Existem também as questões comportamentais, por exemplo, no autismo, os comportamentos estereotipados e disruptivos (PIMENTEL; FERNANDES, 2014).

 

“A característica definidora da intervenção é a aplicação consistente dos princípios da Análise do Comportamento que é realizada para cada habilidade a ser ensinada ou comportamento desajustado a ser trabalhado. Outro ponto importante é o processo de generalização que é um dos objetivos da intervenção. O aprendizado da criança não fica somente em ambiente terapêutico, mas também se transpõe para situações familiares e escolares. Outro ponto da intervenção em ABA que a torna eficaz é o fato de que os comportamentos não adaptativos, tais como, agressividade e autolesão, comuns no repertório comportamental de crianças com diagnóstico de autismo, não são reforçados, já os comportamentos adequados, são mantidos através de reforçamento positivo. As respostas adequadas e próximas do comportamento alvo são reforçadas contingentemente, e, para atingir o comportamento alvo são reforçadas respostas sutis que se aproximam dele” (BORDIN, 2015, p.53).

 

Fonte:

 

RODRIGUES, R. S; DOMICIANO, P. R.C; EMERICH-GERALDO, D. Deficiência intelectual e transtorno do espectro autista: uma revisão da literatura sobre os comportamentos do professor na inclusão escolar. Cad. Pós-Grad. Distúrb. Desenvolv.,  São Paulo ,  v. 18, n. 2, p. 170-186, dez.  2018.

SOUZA, L.A.M. A mediação do professor de Arte na inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista/ Luana Aparecida Martins de Souza. – Paranaíba, MS: UEMS, 2019.

 

Gabarito da professora: ERRADO

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Comentários

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Josué possui sintomas característicos para o diagnóstico de TEA. Segundo o DSM V, no tópico sobre Características que apoiam o diagnóstico:

Pode ocorrer autolesão (p. ex. bater a cabeça, morder o punho), e comportamentos disruptivos/desafiadores são mais comuns em crianças e adolescentes com TEA do que em outros transtornos , incluindo deficiência intelectual (p.55).

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