“– Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que é...

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Q1203323 Conhecimentos Gerais
“– Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que és maltratada, que és uma escrava infeliz, vítima de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas aqui uma vida, que faria inveja a muita gente livre. Gozas da estima de teus senhores. Deram-te uma educação, como não tiveram muitas ricas e ilustres damas, que eu conheço. És formosa e tens uma cor linda, que ninguém dirá que gira em tuas veias uma só gota de sangue africano
[...]
– Mas senhora, apesar de tudo isso que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação, que me deram, e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... São trastes de luxo colocados na senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.
– Queixas-te de tua sorte, Isaura?
– Eu não, senhora: apesar de todos esses dotes e vantagens, que me atribuem, sei conhecer o meu lugar” (GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1976, p.13.)
O racismo consiste numa das mais graves violações aos direitos humanos e ainda é uma prática muito comum na sociedade brasileira. Com a leitura do texto acima, pode-se afirmar que racismo no Brasil:
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