“Ao aceitar as nossas limitações, em vez de lutar contra el...
Leia o texto a seguir para responder à questão.
TEXTO
A ARTE DE ESCUTAR BONITO
Mirian Goldenberg Antropóloga e professora da UFRJ
Clarice Lispector me mostrou que os nossos piores defeitos podem estar sustentando o edifício inteiro. Ao aceitar as nossas limitações, em vez de lutar contra elas, a gente se torna livre. Com Clarice, desisti de lutar contra as minhas angústias, ansiedades, inseguranças, vergonhas, culpas, obsessões, medos e tristezas, e passei a olhar com mais carinho para a Olívia Palito que se escondia no armário para fugir da violência, gritos e surras do pai e irmãos.
A minha história familiar me tornou a mulher que escreve compulsivamente para, como Clarice, salvar as vidas dos meus amores e salvar a minha própria vida. Quem eu seria hoje se não tivesse sobrevivido como uma formiguinha com medo de ser esmagada?
Rubem Alves me revelou que ostras felizes não fazem pérolas: é a ostra triste que, para se proteger do grão de areia que machuca, produz as mais belas pérolas. Ele também me ensinou "a arte de escutar bonito", uma arte que só valorizamos em meio ao sofrimento, dor e angústia existencial.
Já contei aqui que o meu maior arrependimento é não ter aprendido a "escutar bonito" meus pais para compreender melhor a minha própria história. Tento compensar esse vazio existencial "escutando bonito" meus amigos nonagenários. [...]
Meu melhor amigo Guedes, de 98 anos, me ensinou: "Tem que ter coragem, Mirian, coragem". Ele nunca me deixa desistir quando me sinto impotente, apavorada e sem força para continuar. Sem ele, eu não teria conseguido enfrentar a depressão, o desespero e o pânico que senti em vários momentos.
Todos os dias às 18h30, desde o primeiro dia da pandemia, ele telefona para mim: conversamos, rimos, lemos, cantamos, brincamos com as palavras e aprendemos juntos a "escutar bonito". A nossa amizade é o mais belo presente que ganhei da vida, um tesouro que nenhum egoísta, vampiro ou odiador de plantão conseguirá destruir.
São essas pequenas doses de amor que me dão coragem para continuar escrevendo, estudando e escutando bonito. São essas pequenas epifanias que me socorrem nos momentos em que, como escreveu Clarice, eu acho que tudo o que eu faço com tanta paixão "é pouco, é muito pouco".
Adaptado https://www1.folha.uol.com.br
“Ao aceitar as nossas limitações, em vez de lutar contra elas, a gente se torna livre.”5º§
A expressão sublinhada nessa frase é característica da linguagem:
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Resposta: C
Linguagem culta
"Nós"
Linguagem coloquial
"A gente"
Linguagem Coloquial: é uma forma mais informal e cotidiana de comunicação. Nesse tipo de linguagem não
existe uma preocupação com a norma culta, então ela pode ser mais espontânea e conter diversos regionalismos.
Linguagem Formal: é marcada pelo uso da norma culta, sendo utilizada em situações que exigem seriedade, como em situações profissionais, acadêmicas, ao se dirigir a autoridades ou quando não existe familiaridade entre os interlocutores.
Linguagem Acadêmica: É uma linguagem formal usando termos técnicos, é utilizada para cumprir determinadas funções nos textos acadêmicos, como descrever entidades, explicar fenômenos, apresentar conceitos, etc.
Linguagem prolixa: que se utiliza de muitas palavras para transmitir pouca informação. É aquela que você fala muito e não diz nada.
Linguagem jurídica: é resultado de um desdobramento da linguagem humana, para ser mais exato, corresponde à linguagem utilizada por juristas e operadores do direito para criar diálogos inerentes à essa ciência, através do bom uso da e do português jurídico.
~ PMERJ 2023
21° BATALHÃO
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