Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentid...

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Q31171 Português
Cultura de massa e cultura popular

O poder econômico expansivo dos meios de
comunicação parece ter abolido, em vários momentos e
lugares, as manifestações da cultura popular, reduzindo-as à
função de folclore para turismo. Tal é a penetração de certos
programas de rádio e TV junto às classes pobres, tal é a
aparência de modernização que cobre a vida do povo em todo o
território brasileiro, que, à primeira vista, parece não ter sobrado
mais nenhum espaço próprio para os modos de ser, pensar e
falar, em suma, viver, tradicionais e populares.

A cultura de massa entra na casa do caboclo e do
trabalhador da periferia, ocupando-lhe as horas de lazer em que
poderia desenvolver alguma forma criativa de autoexpressão;
eis o seu primeiro tento. Em outro plano, a cultura de massa
aproveita-se dos aspectos diferenciados da vida popular e os
explora sob a categoria de reportagem popularesca e de
turismo. O vampirismo é assim duplo e crescente; destrói-se por
dentro o tempo próprio da cultura popular e exibe-se, para
consumo do telespectador, o que restou desse tempo, no
artesanato, nas festas, nos ritos. Poderíamos, aqui, configurar
com mais clareza uma relação de aparelhos econômicos
industriais e comerciais que exploram, e a cultura popular, que é
explorada. Não se pode, de resto, fugir à luta fundamental: é o
capital à procura de matéria-prima e de mão de obra para
manipular, elaborar e vender. A macumba na televisão, a escola
de samba no Carnaval estipendiado para o turista, são
exemplos de conhecimento geral.

No entanto, a dialética é uma verdade mais séria do que
supõe a nossa vã filosofia. A exploração, o uso abusivo que a
cultura de massa faz das manifestações populares não foi ainda
capaz de interromper para sempre o dinamismo lento, mas
seguro e poderoso da vida arcaico-popular, que se reproduz
quase organicamente em microescalas, no interior da rede
familiar e comunitária, apoiada pela socialização do parentesco,
do vicinato e dos grupos religiosos.

(Alfredo Bosi. Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia
das Letras, 1992, pp. 328-29)
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:
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Segundo http://www.dicio.com.br/vampirismo/Vampirismos.m. Qualidade de vampiro.Crença nos vampiros.Fig. Avidez excessiva.
Segundo http://www.dicio.com.br/vampirismo/Vampirismos.m. Qualidade de vampiro.Crença nos vampiros.Fig. Avidez excessiva.

LETRA B

 (A)INCORRETA- O termo “reduzindo” se opõe ao termo “extrapolação” e, a rigor, não se equivale semanticamente a “incitar”.

(C)INCORRETA- “seu primeiro tento” significa sua primeira conquista, sua primeira vitória, não se equivalendo, pois, a “primitiva meta”, que significaria primária, rude.

(D)INCORRETA- O termo “estipendiado” quer dizer “pago”, “financiado”, “patrocinado”, significado diferente de “estilizado”, que, por sua vez, pode ser traduzido por “que recebeu forma estética”, “que ganhou novo estilo”.

(E)INCORRETA-  É a sociabilidade que capacita naturalmente o ser humano para a convivência em sociedade, desenvolvendo-se pelo meio da socialização.Portanto, são coisas distintas.

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