Em 1984, o Terreiro Casa Branca, localizado na cidade de Sal...
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Q533158
Museologia
Em 1984, o Terreiro Casa Branca, localizado na cidade de Salvador, seria o primeiro terreiro de candomblé a receber oficialmente o reconhecimento como um elemento crucial na preservação da identidade religiosa de determinados segmentos sociais ligados à matriz cultural africana no Brasil. Neste momento, ainda que alguns antropólogos defendessem enfaticamente o seu tombamento por representar um exemplo da “pureza" da tradição Nagô, alguns arquitetos não viam razões estéticas que justificassem o tombamento do prédio como monumento nacional. Tratou-se de um processo complexo de negociações até que o terreiro fosse efetivamente tombado pelo SPHAN. Como relata o antropólogo José Reginaldo Gonçalves:
“Depois de uma tensa reunião do Conselho Consultivo do SPHAN, em Salvador, na tarde de 30 de maio de 1984, o Terreiro Casa Branca foi oficialmente tombado como monumento nacional. Nada similar havia ocorrido até então na história do patrimônio cultural no Brasil, e o caso tornou-se o foco de um intenso debate entre defensores e adversários daquela decisão .Estes últimos questionavam como seria possível o “tombamento" de um espaço que abrigava algo vivo e em permanente mudança, um culto religioso popular com seus diversos rituais. O tombamento de um prédio, uma ruína, ou um objeto pressupõe sua permanência e imutabilidade. Mas como, perguntavam, poderia um terreiro de candomblé ser mantido de forma inalterada?"
(GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A retórica da perda. Os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ; Ministério da Cultura / IPHAN, 2002. p.76-77.)
Sobre o debate descrito por Golçalves no trecho acima citado, podemos afirmar que ele refletia
“Depois de uma tensa reunião do Conselho Consultivo do SPHAN, em Salvador, na tarde de 30 de maio de 1984, o Terreiro Casa Branca foi oficialmente tombado como monumento nacional. Nada similar havia ocorrido até então na história do patrimônio cultural no Brasil, e o caso tornou-se o foco de um intenso debate entre defensores e adversários daquela decisão .Estes últimos questionavam como seria possível o “tombamento" de um espaço que abrigava algo vivo e em permanente mudança, um culto religioso popular com seus diversos rituais. O tombamento de um prédio, uma ruína, ou um objeto pressupõe sua permanência e imutabilidade. Mas como, perguntavam, poderia um terreiro de candomblé ser mantido de forma inalterada?"
(GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A retórica da perda. Os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ; Ministério da Cultura / IPHAN, 2002. p.76-77.)
Sobre o debate descrito por Golçalves no trecho acima citado, podemos afirmar que ele refletia