No texto acima, o autor, ao mesmo tempo em que discorre sobr...
Como a burocracia atrapalha a criação de empregos.
Existem duas vezes mais empresários no Brasil do que nos EUA. E não. Isso não significa que temos mais gente endinheirada aqui do que lá. O grosso do nosso empresariado é formado por vendedores de coco, eletricistas, borracheiros. São exatos 48 milhões de pessoas jurídicas por aqui, número que supera com folga os 33 milhões que trabalham com carteira assinada.
Dentre as dez maiores economias do planeta, nenhuma chega sequer perto desses números. Nos EUA, que têm uma população 60% maior que a nossa, o número fica em 24 milhões.
Ou seja: pouca gente aqui abre um negócio porque quer. Abre porque precisa. A cada pessoa que decide iniciar um negócio por ter encontrado uma oportunidade, 1,4 abrirá suas empresas (na maior parte, negócios individuais), ou porque está desempregado ou porque o emprego atual não paga as contas. Nos EUAé o contrário: são 2,4 empreendedores que dizem ter aberto seus negócios por conta de alguma oportunidade contra um por necessidade.
O Brasil, como se diz por aí, não tem exatamente um empresariado. Tem um “emprecariado”. Entre cada dez brasileiros donos do próprio negócio, sete recebem menos de três salários mínimos, média bastante similar à do restante da população. Com a criação de modalidades como o MEI, o Micro Empreendedor individual, abrir um negócio pode ter se tornado mais fácil para boa parte da população. Na média, porém, seguimos a passos de lesma. Precisamos de 119 dias em média para colocar uma empresa em funcionamento, com tudo em ordem. Na China, bastam 38 dias. Na Nova Zelândia, 30 minutos – sim, lá é tudo pela internet mesmo.
(Por Felipe Hermes, Superinteressante/out.2017)
No texto acima, o autor, ao mesmo tempo em que discorre sobre a interferência da burocracia na criação de empresas, opina sobre o tema. Seguem os tópicos temáticos depreendidos a partir do texto:
I- Inicialmente, o autor aponta a diferença quanto ao número de pessoas jurídicas no Brasil em comparação ao dos EUA, evidenciando, pois, o grande problema do empreendedorismo no Brasil, não só devido à desproporção da diferença apontada, já que a população do Brasil é menor, mas porque o maior número de empresários não representa mais riqueza.
II- No decorrer do texto, o autor aponta as razões que levam à criação de uma empresa no Brasil, que diferem das dos EUA– se no Brasil a razão é o desemprego ou a insuficiência da renda obtida com o trabalho de carteira assinada, nos EUA, a abertura de um negócio decorre do surgimento de uma oportunidade.
III- Por último, o autor enfatiza que maior do que o obstáculo da lentidão no processo de colocar uma empresa em funcionamento no Brasil é o fato de grande parte desse empresariado ter uma renda similar à de pessoas que trabalham com carteira assinada, o que não ocorre em países como a Nova Zelândia e a China.
Da análise das proposições, pode-se dizer que é CORRETO o que se afirma apenas em