“Não faz muito tempo, acompanhamos uma ruidosa polêmica na m...
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Ano: 2019
Banca:
FADESP
Órgão:
Prefeitura de Marabá - PA
Prova:
FADESP - 2019 - Prefeitura de Marabá - PA - Professor Licenciado em Língua Portuguesa |
Q1834161
Português
“Não faz muito tempo, acompanhamos uma ruidosa polêmica na mídia nacional em torno do livro
didático de língua portuguesa Por uma vida melhor, distribuído gratuitamente pelo MEC aos estudantes
da EJA (Educação de Jovens e Adultos). A polêmica começou no dia 17 de maio de 2011, quando, no
programa matinal Bom Dia Brasil da Rede Globo, o jornalista Alexandre Garcia noticiou, assumindo um
tom condenatório, que o MEC estava financiando livros didáticos que fomentavam o uso do português
errado. De modo previsível, o jornalista recorreu à tópica do „antigamente‟ para ancorar sua
argumentação, afirmando que, quando estava no primeiro ano do grupo escolar e falava errado, a
professora o corrigia, preparando-o „para vencer na vida‟, pois tinha como óbvio que „A educação liberta
e torna a vida melhor, nos livra da ignorância, que é a condenação à vida difícil. Quem for nivelado por
baixo terá a vida nivelada por baixo‟. Disse, ainda, que, no Brasil, passa-se a mão nos erros por medo
de constranger o outro e faz-se o mesmo com a língua, „aprova-se a palavra errada para não
constranger‟ o aluno.” (BARONAS, R. L.; COX, M. I. P. Para uma Vida Melhor na mídia: discurso,
aforização e polêmica. Revista Linguagem em (Dis)curso, vol. 13, n. 1, 2013.).
“A escola não pode ignorar as diferenças sociolinguísticas. Os professores e, por meio deles, os alunos têm que estar bem conscientes de que existem duas ou mais maneiras de dizer a mesma coisa. E mais, que essas formas alternativas servem a propósitos comunicativos distintos e são recebidas de maneira diferenciada pela sociedade. Algumas conferem prestígio ao falante, aumentando-lhe a credibilidade e o poder de persuasão; outras contribuem para formar-lhe uma imagem negativa, diminuindo-lhe as oportunidades. Há que se ter em conta ainda que essas reações dependem das circunstâncias que cercam a interação. Os alunos que chegam à escola falando „nós cheguemu‟, „abrido‟ e „ele drome‟, por exemplo, têm que ser respeitados e ver valorizadas as suas peculiaridades linguístico-culturais, mas têm o direito inalienável de aprender as variantes do prestígio dessas expressões.” (BORTONI-RICARDO, S. M. Nós cheguemu na escola, e agora?: sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005).
Ao relacionarmos os dois excertos, é possível afirmar que
“A escola não pode ignorar as diferenças sociolinguísticas. Os professores e, por meio deles, os alunos têm que estar bem conscientes de que existem duas ou mais maneiras de dizer a mesma coisa. E mais, que essas formas alternativas servem a propósitos comunicativos distintos e são recebidas de maneira diferenciada pela sociedade. Algumas conferem prestígio ao falante, aumentando-lhe a credibilidade e o poder de persuasão; outras contribuem para formar-lhe uma imagem negativa, diminuindo-lhe as oportunidades. Há que se ter em conta ainda que essas reações dependem das circunstâncias que cercam a interação. Os alunos que chegam à escola falando „nós cheguemu‟, „abrido‟ e „ele drome‟, por exemplo, têm que ser respeitados e ver valorizadas as suas peculiaridades linguístico-culturais, mas têm o direito inalienável de aprender as variantes do prestígio dessas expressões.” (BORTONI-RICARDO, S. M. Nós cheguemu na escola, e agora?: sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005).
Ao relacionarmos os dois excertos, é possível afirmar que