A forma radical de mudar as leis da vida, investigada ao lon...
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Novas formas de vida?
Uma forma radical de mudar as leis da vida é produzir seres completamente inorgânicos. Os exemplos mais óbvios são
programas de computador e vírus de computador que podem sofrer evolução independente.
O campo da programação genética é hoje um dos mais interessantes no mundo da ciência da computação. Esta tenta emular
os métodos da evolução genética. Muitos programadores sonham em criar um programa capaz de aprender e evoluir de maneira
totalmente independente de seu criador. Nesse caso, o programador seria um primum mobile, um primeiro motor, mas sua criação
estaria livre para evoluir em direções que nem seu criador nem qualquer outro humano jamais poderiam ter imaginado.
Um protótipo de tal programa já existe – chama-se vírus de computador. Conforme se espalha pela internet, o vírus se replica
milhões e milhões de vezes, o tempo todo sendo perseguido por programas de antivírus predatórios e competindo com outros vírus
por um lugar no ciberespaço. Um dia, quando o vírus se replica, um erro ocorre – uma mutação computadorizada. Talvez a mutação
ocorra porque o engenheiro humano programou o vírus para, ocasionalmente, cometer erros aleatórios de replicação. Talvez a
mutação se deva a um erro aleatório. Se, por acidente, o vírus modificado for melhor para escapar de programas antivírus sem perder
sua capacidade de invadir outros computadores, vai se espalhar pelo ciberespaço. Com o passar do tempo, o ciberespaço estará
cheio de novos vírus que ninguém produziu e que passam por uma evolução inorgânica.
Essas são criaturas vivas? Depende do que entendemos por “criaturas vivas”. Mas elas certamente foram criadas a partir de
um novo processo evolutivo, completamente independente das leis e limitações da evolução orgânica.
(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens, Uma breve história da humanidade.Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 38. ed,,
2018, p. 419-420).
A forma radical de mudar as leis da vida, investigada ao longo do texto, está na possibilidade de o homem