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Q1782566 Português
VACINAS, PARA QUE AS QUERO?

   Em um momento em que os menos avisados suspeitam das vacinas, as autoridades em saúde pública e imunologia apresentam dados mostrando que, na realidade, as vacinas precisam, sim, ser inoculadas com mais frequência. Esse é o teor do artigo 'Quanto tempo duram as vacinas?”, assinado por Jon Cohen publicado na prestigiosa revista Science em abril de 2019. Nele, Cohen indaga, entre outros assuntos, por que o efeito protetor das vacinas contra a gripe dura tão pouco (em média, depois de 90 dias, a proteção começa a cair) e em outras, como as da varíola e da febre amarela, a ação é bem mais prolongada.
   Alguns especialistas argumentam que certos vírus sofrem altas taxas de mutação e geram novos clones, que, por serem ligeiramente diferentes dos originais, não seriam reconhecidos pelas células do sistema imune. Mas, a coisa não é tão simples assim.
   Ao estudar a caxumba (que ainda afeta os humanos), por exemplo, os epidemiologistas descobriram que a recorrência da doença acontece com mais frequência em uma determinada faixa etária (entre 18 e 29 anos de idade). Se a reinfecção dependesse apenas de mutações, todas as idades deveriam ser igualmente afetadas. Assim, o enigma perdura.
   No entanto, o consenso entre os imunologistas especializados em vacinas é que, de fato, precisamos de mais exposição aos agentes infecciosos ou às próprias vacinas. Em outras palavras, no caso da gripe, teríamos que tomar doses seguidas da vacina a fim de aumentar seu efeito protetor. Em razão desses achados, os pesquisadores chegaram até a criticar a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de recomendar que a vacina contra a febre amarela devesse ser inoculada apenas uma vez, isto é, seria uma vacina vitalícia.
   A necessidade da exposição constante aos agentes infecciosos vai de encontro à hipótese do biólogo norteamericano Jared Diamond que, em seu livro Armas, germes e aço, defende a ideia de que, ao longo da história, o sucesso dos conquistadores se deveu, em parte, ao fato de eles serem originalmente cosmopolitas e, dessa maneira, terem adquirido resistência imunológica aos agentes infecciosos da época. Mesmo resistentes, seriam portadores desses agentes, o que manteria a memória imunológica. Já os conquistados, grupo formado por populações menores, sucumbiriam ao confronto por não serem capazes de se defender tanto dos invasores humanos quanto daqueles microscópicos.
   Embora o avanço nessa área seja promissor, o mecanismo que torna uma vacina mais duradoura ou não ainda segue sem resposta. Como afirma Cohen em seu artigo, “essa é uma pergunta de um milhão de dólares!” (aproximadamente, o valor do prêmio Nobel).
   A despeito disso, ninguém deveria duvidar do poder das vacinas. Muito pelo contrário. A tendência atual no tratamento de doenças crônicas, como o câncer e a artrite reumatoide, é a imunoterapia. Um dia, quem sabe, teremos vacinas contra todos esses males.
Franklin Rumjanek
(Disponível em: http:/cienciahoje.org.br/artigo/vacinasara-que-as-quero/)
No primeiro parágrafo, o emprego dos parênteses introduz expressão com valor de:
Alternativas

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Alternativa correta: A - explicação

Vamos entender o motivo pelo qual a alternativa correta é explicação e por que as demais opções não se aplicam ao uso dos parênteses no primeiro parágrafo do texto.

Os parênteses são empregados no trecho "(em média, depois de 90 dias, a proteção começa a cair)" para adicionar uma explicação adicional à informação principal sobre a duração da proteção das vacinas contra a gripe. Observe que a frase dentro dos parênteses detalha um ponto específico sobre a queda da eficácia das vacinas, sem desviar do assunto principal. Esse uso é típico quando queremos trazer uma informação que complementa ou esclarece um dado sem interromper o fluxo natural do texto.

Agora, vamos analisar as alternativas incorretas:

B - contraposição: A contraposição ocorre quando há um contraste ou uma oposição entre duas ideias. Não é o caso do trecho em questão, pois a frase entre parênteses não está contrastando com a informação anterior, mas sim complementando-a.

C - consequência: A consequência indica um efeito ou um resultado de algo. No trecho dado, a frase entre parênteses não está apresentando um resultado, mas apenas explicando um detalhe sobre a duração da proteção das vacinas.

D - comparação: A comparação envolve a avaliação de semelhanças ou diferenças entre duas ou mais coisas. No trecho analisado, não há nenhuma comparação sendo feita, apenas uma explicação adicional sobre a eficácia das vacinas.

Por isso, a alternativa correta é A - explicação, já que os parênteses estão sendo utilizados para introduzir uma informação complementar que esclarece um ponto específico sobre a duração da proteção das vacinas.

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Comentários

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Um dos usos de parênteses é para pôr em evidência termos de ordem explicativa.

Os parênteses indicam um isolamento sintático e semântico mais completo dentro do enunciado. Podem isolar uma explicação, um esclarecimento, uma ressalva, um comentário etc. Quando se usam os parênteses, o que se registra em seu interior é apresentado com menor destaque.

O uso dos parênteses foi usado para isolar termo que explica o que foi dito anteriormente.

DE MODO GERAL, O PARÊNTESES É UTILIZADO COM A FINALIDADE DE:

  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • RETIRAR TRECHOS DE TEXTOS
  • FALAS DO AUTOR (explicações, comentários, considerações e reflexões)

Essa banca mescla questões fáceis com questões mais ou menos, essa por exemplo é fácil, mas tem umas que o sofredor aqui acaba errando :(

Estou com medo dessa prova da PPMG. Com certeza, o nível não será esse apresentado.

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