O diagnóstico audiológico realizado durante o primeiro ano d...

As emissões otoacústicas mais presentes na rotina clínica são as transientes e o produto de distorção, por serem métodos objetivos, não invasivos e de fácil aplicabilidade. Falhas na detecção das emissões otoacústicas transientes, em condições ideais de exame, representam necessariamente uma perda auditiva por lesão de células ciliadas externas. A triagem com emissões otoacústicas apresenta menor número de falsos positivos e falsos negativos.

O Joint Committee on Infant Hearing (JCIH) recomenda que todo o recém-nascido deve ter sua audição avaliada, tendo em vista a grande incidência de alterações em bebês que não estão inseridos em um grupo indicador de risco. Há evidências que, quando as alterações auditivas são diagnosticadas até os seis meses de idade e a intervenção terapêutica é iniciada até os doze meses, o desenvolvimento da compreensão e da expressão da linguagem, bem como o relacionamento social e o desempenho acadêmico da criança com alterações auditivas podem ser compatíveis com o desenvolvimento de crianças ouvintes da mesma faixa etária.

Recém-nascidos com fatores de risco para deficiência auditiva, independente de serem a termo ou pré-termo, têm maiores possibilidades de terem deficiência auditiva sensorioneural. Há relação entre a presença de emissões otoacústicas e idade gestacional para ambas as orelhas, ou seja, quanto menor a idade gestacional, maior a chance de ter emissões otoacústicas transientes ausentes. Não sendo possível realizar a triagem pelos métodos eletrofisiológicos é possível investigar, junto aos fatores de risco, a observação do comportamento auditivo e pesquisa do reflexo cócleo-palpebral; porém, perdas leves ou unilaterais não podem ser diagnosticadas por este método.

Em condições adequadas de teste, as emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção estão presentes em cerca de 50% das orelhas com audição normal e ausentes quando os limiares psicoacústicos estiverem por volta de/ou excederem 70 dB NA, quando se tratar de dano nas células ciliadas externas. Por serem sinais acústicos de grande intensidade que percorrem orelhas média e externa, poucas alterações nesse percurso podem interferir na validade dos resultados das emissões otoacústicas (incluindo condições especiais de conduto ou meato acústico externo). Apesar disso, deve-se garantir que os ruídos ambientais e fisiológicos estejam dentro dos níveis mínimos aceitos para obtenção de resultados satisfatórios.