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O projeto liberal-democrático foi deixado de lado para que a unificação alemã acontecesse.

Errado.

A unificação da Alemanha, sob a liderança de Otto von Bismarck, foi, na verdade, orientada por um projeto militarista-conservador, e não pelo liberalismo democrático. Bismarck, um pragmático diplomata e estadista prussiano, buscou unificar os diversos estados alemães sob a liderança da Prússia, utilizando a força militar e a diplomacia, em oposição às ideias liberais e democráticas que prevaleciam nas revoluções de 1848. Embora ele tenha manipulado eventos para criar um sentimento nacionalista, sua abordagem foi profundamente conservadora e autoritária, com o objetivo de consolidar o poder da monarquia prussiana e fortalecer a aristocracia militar. Portanto, o processo de unificação foi mais alinhado ao conservadorismo militar e à monarquia prussiana do que ao liberalismo democrático.

Em 1862, o recém-nomeado ministro-presidente Bismarck proferiu o discurso "Ferro e Sangue" no Landtag (parlamento prussiano) sobre a situação da Prússia. Resumo do discurso: diplomacia agressiva, força militar e governo forte.

Agora imagine você, meu caro, um parlamentar prussiano sentado com Bismarck para defender as grandes paltas liberais do período (governos constitucionais, parlamentos fortes e liberdades individuais). Não seria uma conversa muito agradável. Imagino!