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Q924966 Enfermagem
Considerando os conhecimentos científicos atualizados relacionados à assistência à mulher em situação de violência sexual, assinale a alternativa CORRETA.
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Alternativa correta: B

A questão aborda a assistência à mulher em situação de violência sexual, um tema de suma importância na Enfermagem, especialmente na Saúde da Mulher. É necessário entender os procedimentos profiláticos e terapêuticos recomendados pelos protocolos de saúde, considerando os riscos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e outras consequências da violência.

Alternativa B está correta. Recomenda-se a realização de profilaxia antirretroviral para o HIV nos casos de penetração vaginal e/ou anal desprotegida, quando a ejaculação ocorreu num prazo de até 72 horas. Esse procedimento é crucial para reduzir o risco de transmissão do HIV após a violência sexual. A profilaxia deve ser iniciada o quanto antes, dentro desse período de tempo.

Alternativa A: Está incorreta. A administração profilática do metronidazol deve levar em conta a possibilidade de interação com antirretrovirais. Enquanto a profilaxia para DSTs é importante, deve-se considerar a interação medicamentosa e a necessidade de avaliação médica antes da administração conjunta.

Alternativa C: Está parcialmente correta, mas não completamente. A Imunoglobulina Humana anti-hepatite B deve ser administrada idealmente nas primeiras 72 horas após a violência sexual, podendo ser estendida até sete dias. No entanto, a eficácia é maior quando a administração ocorre o mais cedo possível.

Alternativa D: Está incorreta. Não há recomendação para suspender o uso de anticoncepcionais à base de progestágenos em mulheres que necessitam de profilaxia com antirretrovirais. A orientação correta é sobre o uso de métodos de barreira como o preservativo, sem necessidade de suspender os anticoncepcionais.

Alternativa E: Está incorreta. O uso profilático de antibióticos em procedimentos para interrupção de gravidez é recomendado justamente para reduzir as taxas de complicações infecciosas. Instituir essa rotina nos serviços é uma prática baseada em evidências para garantir a segurança da paciente.

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Gabarito: letra b

A quimioprofilaxia antirretroviral está recomendada em todos os casos de penetração vaginal e/ou anal nas primeiras 72 horas após a violência, ainda que o status sorológico do agressor seja desconhecido.


Referência:

Recomendações para terapia antirretroviral em adultos infectados pelo HIV - 2008

Suplemento III - Tratamento e prevenção

  • A prescrição da quimioprofilaxia pós-exposição sexual ao HIV nos casos de violência não pode ser feita como rotina e aplicada, indiscriminadamente, a todas as situações. Exige avaliação cuidadosa quanto ao tipo de violência, bem como o tempo decorrido até a chegada da pessoa agredida ao serviço de referência após o crime. A quimioprofilaxia antirretroviral está recomendada em todos os casos de penetração vaginal e/ou anal nas primeiras 72 horas após a violência, inclusive se o status sorológico do agressor for desconhecido. Em situações de exposição envolvendo sexo oral exclusivo, mesmo com ejaculação dentro da cavidade oral, a transmissão do HIV é rara, mas já foi descrita. Como não existem evidências definitivas para assegurar a indicação profilática dos antirretrovirais nestes casos, a relação risco benefício deve ser cuidadosamente considerada e a decisão individualizada, levando em consideração o desejo da vítima em realizar a profilaxia, a presença de lesões na cavidade oral e o conhecimento do status sorológico do agressor.De forma geral, não está recomendada profilaxia para o HIV no caso de violência sexual em que a mulher, a criança ou a adolescente apresente exposição crônica e repetida ao mesmo agressor devido à possibilidade da contaminação já ter ocorrido no passado. Entretanto, é importante avaliar o contexto em que a violência vem ocorrendo e essencial interromper o ciclo de agressão. Nestes casos, independente da indicação . 56 .MINISTÉRIO DA SAÚDE da profilaxia, a investigação sorológica deverá ser feita por seis meses, considerando-se o último episódio conhecido de exposição (anal, vaginal ou oral), e a decisão de indicar profilaxia deve ser individualizada.A quimioprofilaxia não está indicada nos casos de uso de preservativo durante todo o crime sexual.

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prevencao_agravo_violencia_sexual_mulheres_3ed.pdf

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