Considerando as marcas composicionais do texto, pode-se afir...
Leia o texto a seguir:
Cafezinho
Rubem Braga
Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.
Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:
– Ele foi tomar café.
A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente, esse “cafezinho” é qualquer coisa infinita e torturante.
Depois de esperar duas ou três horas, dá vontade de dizer:
– Bem, cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.
Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:
– Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.
Quando a bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:
– Ele está?
– Alguém dará o nosso recado sem endereço.
Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:
– Ele disse que ia tomar um cafezinho…
Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:
– Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí…
Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.
Quando vier a grande hora de nosso destino, nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.
Fonte: BRAGA, Rubem. O Conde e o passarinho & Morro de isolamento. Rio de Janeiro: Record, 2022, p. 156-157
Considerando as marcas composicionais do texto, pode-se afirmar que “Cafezinho”, de Rubem Braga, é um exemplo de:
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GABARITO: B.
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O texto crônico é geralmente informal e pessoal, abordando temas cotidianos com uma perspectiva subjetiva. Costuma incluir humor, ironia e observações sobre a vida quotidiana. Também pode conter reflexões sobre questões sociais, políticas ou culturais, mas de uma maneira leve e acessível.
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Exemplo de texto crônico:
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"Toda manhã, minha batalha com o despertador começa. Ele toca, eu estico o braço e tento encontrá-lo sem abrir os olhos, como se isso fosse impedir o inevitável. Finalmente, acerto o botão de snooze e volto ao sono, apenas para ser despertado novamente em breve. Parece que o despertador está ganhando essa guerra, uma soneca de cada vez."
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Novela- Trama narrativa
Epílogo- Desfecho, resumo de uma obra
Editorial- Opinião de um grupo
A crônica é um gênero textual muito presente em jornais, revistas, portais de internet e blogs. Esse tipo de texto se destaca por abordar aspectos do cotidiano. Ou seja, questões comuns do nosso dia a dia.
Eu marco como crônica quando vejo um texto meio sem sentido, só jogando palavras ao vento e tals.
Letra B : porque relata algo como cotidiano, ou seja , algo do nosso dia a dia e também, porque crônica é como textos em jornais , publicações no Instagram...
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