Seguindo a trajetória ascensional da economia capitalista ao...
século XX ao mundo de seu início, em termos de
contabilidade histórica de mais e menos. Tratava-se de um
mundo qualitativamente diferente em pelo menos três
aspectos.
Primeiro, ele tinha deixado de ser eurocêntrico.
Trouxera o declínio e a queda da Europa, ainda centro
inquestionado de poder, riqueza, intelecto e civilização
ocidental quando o século começou. A segunda
transformação foi mais significativa. Entre 1914 e o início
da década de 1990, o globo foi muito mais uma unidade
operacional única, como não era e não poderia ter sido em
1914. Na verdade, para muitos propósitos, notadamente em
questões econômicas, o globo é agora unidade operacional
básica, e unidades mais velhas como as economias
nacionais, definidas pelas políticas de Estados territoriais,
estão reduzidas a complicações das atividades
transnacionais. A terceira transformação, em certos
aspectos a mais perturbadora, é a desintegração de velhos
padrões de relacionamento social humano, e com ela, aliás,
a quebra dos elos entre as gerações, quer dizer, entre
passado e presente.
Eric Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 23-4 (com adaptações).
A partir da análise contida no texto acima, julgue os itens
seguintes, relativos ao processo histórico do mundo
contemporâneo.
Gabarito comentado
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O gabarito para a afirmação é Certo (C). Essa escolha é fundamentada na análise histórica que reconhece a Europa como centro de poder, riqueza e influência intelectual no início do século XX. Durante esse período, em linha com o crescimento do sistema capitalista, as nações europeias lideraram a expansão imperialista e o neocolonialismo, dividindo entre si grandes áreas do globo de acordo com seus interesses estratégicos e econômicos.
A supremacia europeia é frequentemente justificada por meio de um argumento ideológico conhecido como "missão civilizatória". Este argumento postulava que os europeus tinham a responsabilidade de civilizar os povos que consideravam inferiores ou atrasados, o que servia de pretexto para a exploração e domínio colonial.
Este processo de expansão imperialista e a subsequente colonização de terras fora da Europa foram impulsionados por uma noção de superioridade racial e cultural, o que consolidou ainda mais a posição hegemônica da Europa naquele contexto histórico.
Portanto, o texto citado corrobora a visão de que, no início do século XX, a Europa tinha uma posição dominante no mundo, tanto em termos de influência política e econômica quanto de projeção cultural e ideológica.
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Comentários
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Hobsbawn, na introdução de "Era dos Extremos', continua o excerto acima, afirmando que "a impressão de um velho mundo eurocêntrico ou ocidental em pleno declínio era superficial" (pág. 24).
Acredito que está ERRADA a afirmação "a Europa exerce incontrastável supremacia mundial quando do início do século XX", pois os EUA já estavam suplantando a hegemonia britânica do séc XIX na virada do século.
Gabarito: CERTO
Outra questão similar a apresentada:
(CACD/IRBr/CESPE/2015) Seguindo a marcha de afirmação da Revolução Industrial, o século XIX testemunhou a consolidação do capitalismo como um sistema que estende seu domínio sobre as demais formas de organização da economia. Como já previa o Manifesto Comunista, de 1848, ele se universa lizou, incorporando as mais diversas regiões do planeta. Esse processo de expansão é comumente denominado imperialismo e tem no neocolonialismo sua face mais visível. Relativamente a esse cenário que desvela, sob o ponto de vista econômico, a contemporaneidade, julgue (C ou E) o item seguinte.
A expansão imperialista do século XIX encontrou unidade e consistência na ideia, disseminada à exaustão, de que a expansão seria benéfica para os povos por ela atingidos: assim, levar o progresso e propagar a civilização seria missão e direito; e a incompreensão dos beneficiários seria o “fardo do homem branco", na conhecida expressão de Kipling. CERTO
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