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Q2256237 Português
     A biônica, ciência pouco conhecida, pesquisa as características dos organismos vivos para reproduzi-las nas formas e mecanismos de novos produtos. Os exemplos de sua aplicação estão por toda parte: da engenharia à medicina, passando pela área militar, de tecnologia e de materiais. É só reparar bem para identificá-los.
      Foi no campo militar, na década de 1960, que a biônica nasceu oficialmente, com o termo criado pelo major norteamericano J.E.Steele. Uma das aplicações mais conhecidas da biônica na área militar é a camuflagem. A inspiração veio da capacidade que alguns animais têm de se misturar à natureza, como o camaleão. A técnica foi usada pela primeira vez na Primeira Guerra Mundial, quando navios norte-americanos e britânicos foram pintados com listras semelhantes às das zebras, o que dificultava sua visualização pelo inimigo.
        A arquitetura e o design estão entre os principais campos de aplicação da biônica. Um dos exemplos mais conhecidos são as nadadeiras modernas − aquelas que possuem uma abertura no meio. O formato do rabo das baleias inspirou o projeto, que facilita a passagem da água, reduzindo o esforço do mergulhador.
       Qual a ligação entre a vitória-régia e a arquitetura? A resposta é uma obra revolucionária, o Palácio de Cristal, construído na Inglaterra, em 1851, para hospedar a Primeira Exposição Universal de Londres − na qual mais de 30 países reuniram representantes de suas indústrias para apresentar as últimas inovações tecnológicas. O prédio, construído em ferro e vidro, foi idealizado pelo arquiteto e jardineiro inglês Joseph Paxton. Ele descobriu que a força da vitória-régia, que suporta o peso de uma criança, estava nas nervuras centrais de suas folhas, interligadas em forma de cruz, e usou o mesmo princípio para construir o Palácio de Cristal.
        O projeto causou polêmica entre os engenheiros da época, que não acreditavam que o edifício fosse suportar o peso de milhares de pessoas. Prova de que estavam errados é que o prédio não só sobreviveu aos 6 milhões de visitantes que participaram da exposição, como permaneceu intacto por mais de 80 anos. No final de 1936, foi destruído por um incêndio.

(Adaptado de Galileu, outubro de 2003, p. 45-51)
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