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Q1798023 Português
Chore e lute, filha.

  Dentre as tantas lições que recebi e recebo de minha mãe, considero duas primordiais: chore sempre que quiser chorar, filha. Lute mesmo quando não quiser lutar, filha.
Sou filha de uma virginiana de origem germânica, regras rígidas, poucas palavras. Mas não houve uma única vez em que ela tenha me mandado engolir o choro, como tanto se ouve por aí. Pelo contrário, ela dizia, com sua escassa e preciosa doçura: “O choro é o xixi do coração, filha. Tem que deixar que ele saia”. Aprendi a obedecer (porque não lhe obedecer segue sendo o erro mais certo de todos) e choro invariavelmente, abandonando constrangimentos e preocupação com olhares de terceiros.
   Sobre a luta, ela nunca verbalizou. Preferiu, nesse caso, ser apenas um exemplo permanente. Por vezes, soltava frases duras como “Segure isso pelo chifre”, “Mostre para o cavalo quem é o cavaleiro aqui”, “Segure as rédeas da sua vida ou ela vai para onde quiser”, “Mantenha só na sua mão a chave da sua felicidade”, ou ainda “Deus nunca nos dá um fardo mais pesado do que podemos aguentar”. As frases ficaram como marcas, mas, no fundo, sempre bastou observá-la, no presente e no passado corajoso.
   Sua luta nunca foi barulhenta. Olhares. Gestos. Frases curtas em tom de voz sereno e firme. Longas cartas manuscritas. Venho, há anos, aprendendo nesse treinamento inconsciente a duelar sem armas, a gritar sem som, a intimidar com os olhos e a romper sem cortes.
   Nunca a vi abandonar ideais, relativizar princípios ou tolerar afrontas. Sempre a vi lutar pelo que acredita e, sobretudo, por aqueles em quem acredita. Sempre a vi continuar acreditando, embora com os olhos um pouco inchados, de quem chorou por meia dúzia de minutos atrás da necessária porta do banheiro (porque filhos podem chorar no seu colo, mas ela, mãe germânica, chora sozinha).
   Um dia ela me disse, em tom de confidência, que me achava muito corajosa. Eu quis, com todas as minhas forças, acreditar nesse elogio com o qual nunca nem ousaria sonhar. Ainda não acredito. Ainda me julgo borboleta, cheia de cores, leve, superficial e frágil. Ainda me tornarei como ela: árvore, raiz, tronco, verde e vida.
   Por enquanto, em tempos estranhos, em campo minado, em terreno incerto, em pedras falsas e em total incerteza na vida, sigo no choro sincero, sigo na luta honesta. Sigo por mim, por ela, por tantos. Porque, como dizem por aí, luto só me serve se for verbo. E assim seguimos caminhando.

(MANUS,Ruth. Um dia ainda vamos rir de tudo isso. p. 67/68.).
Marque a alternativa que indique, respectivamente, os coletivos de burros, filhos e borboletas:
Alternativas

Gabarito comentado

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Alternativa correta: C - récua; prole; panapaná.

Vamos entender o que cada coletivo significa para responder corretamente a essa questão de morfologia, que aborda o conhecimento de nomes coletivos.

Primeiramente, observe o enunciado da questão, que solicita os coletivos de "burros", "filhos" e "borboletas". Vamos analisar cada uma das opções para compreender o porquê da alternativa correta.

Alternativa A: alcateia; camarilha; vara.

Esta alternativa está incorreta porque:

  • Alcateia: Coletivo de lobos, não de burros.
  • Camarilha: Coletivo que se refere a um grupo de pessoas que se reúnem para tramas ou conspirações, inadequado para "filhos".
  • Vara: Coletivo de porcos, não de borboletas.

Alternativa B: cardume; clero; rebanho.

Esta alternativa também está incorreta devido a:

  • Cardume: Coletivo de peixes, não de burros.
  • Clero: Coletivo de sacerdotes, não de filhos.
  • Rebanho: Coletivo de ovelhas ou outros animais de pastoreio, não de borboletas.

Alternativa C: récua; prole; panapaná.

Esta é a alternativa correta porque:

  • Récua: Coletivo de burros.
  • Prole: Coletivo de filhos.
  • Panapaná: Coletivo de borboletas.

Alternativa D: camarilha; fauna; plantel.

Esta alternativa está incorreta porque:

  • Camarilha: Como já mencionado, se refere a um grupo de pessoas que se reúnem para tramas ou conspirações, inadequado para "burros".
  • Fauna: Coletivo que se refere ao conjunto de espécies animais de uma região, inadequado para "filhos".
  • Plantel: Coletivo de reprodutores de gado ou de atletas de um time, inadequado para "borboletas".

Portanto, a alternativa correta é a C, que apresenta os coletivos mais adequados para os substantivos mencionados: "récua" para burros, "prole" para filhos e "panapaná" para borboletas.

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Comentários

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Gab C, rumo a PP PA.

gab: C

récua: substantivo feminino Tropa de bestas de carga que vão presas umas nas outras; récova. Manada de cavalgaduras. Carga transportada pelas bestas.

prole: substantivo feminino Reunião (ou grupo) de pessoas que possuem a mesma ascendência; pessoas que descendem de um casal ou de um indivíduo em específico; descendência. Os filhos ou filhas de uma pessoa (de um casal ou de um animal)

panapaná: substantivo feminino Bando de borboletas, que migram em certas épocas, formando verdadeiras nuvens.

  1. Récua: Coletivo de mula, cavalgadura.
  2. Prole: filhos de um casal, humano ou não.
  3. panapaná: conjunto de borboletas, panapanã, bando, grupo e nuvem.

Gabarito: C

Link onde há uma extensa lista de substantivos coletivos e que pode ajudar:

https://www.infoescola.com/portugues/substantivos-coletivos/

 São substantivos que, embora no singular, designam uma coleção ou conjunto de seres:

acervo - coisas amontoadas, bens patrimoniais,

      obras de arte

alavão - ovelhas leiteiras

álbum - fotografias, selos

alcateia - lobos, feras

antologia - reunião de textos literários

armada - navios de guerra

armento - gado grande (búfalos, elefantes)

arquipélago - ilhas

arsenal - armas

assembleia - parlamentares, membros de

     associações

atilho - espigas

atlas - mapas reunidos em livros

bagagem - objetos de viagem

baixela - utensílios de mesa

bandeira - garimpeiros, exploradores de minérios

banca - examinadores, advogados

banda - músicos

bandeira - exploradores

bando - aves, ciganos, crianças, salteadores

batalhão - soldados

bateria - peças de guerra ou de cozinha; instrumentos de percussão

biblioteca - livros

boiada - bois

boana - peixes miúdos

cabido - cônegos (conselheiros de bispo)

cacho - bananas, uvas, cabelos

cáfila - camelos

cainçalha - cães

cambada - caranguejos, malandros, chaves

cancioneiro - canções, de poesias líricas

canzoada - cães

caravana - viajantes, peregrinos, estudantes

cardume - peixes

casario - casas

caterva - desordeiros, vadios

choldra - assassinos, malfeitores, canalhas

chusma - populares, marinheiros, criados

cinemateca - filmes

claque - pessoas pagas para aplaudir

clero - a classe dos clérigos (padres, bispos,

     cardeais...)

clientela - clientes de médicos, de advogados

código - leis

conciliábulo - feiticeiros, conspiradores

concílio - bispos em assembleia

conclave  cardeais para a eleição do Papa

colmeia - cortiço de abelhas

confraria - pessoas religiosas

congregação - professores, religiosos

congresso - reunião de deputados e senadores, de

     especialistas (médicos, advogados...)

conselho - vereadores, diretores, juízes, militares

consistório - cardeais, sob a presidência do Papa

constelação - estrelas

corja - vadios, tratantes, velhacos, ladrões

coro - anjos, cantores

corpo - jurados, eleitores, alunos

correição - formigas

cortiço - abelhas, casas velhas

elenco - atores, artistas

enxame - abelhas, insetos

enxoval - roupas e adornos

esquadra - navios de guerra

esquadrilha - aviões

falange - soldados, anjos

fato - cabras

fauna - animais de uma região

feixe - lenha, capim, varas

filmoteca - filmes

flora - plantas de uma região

fornada - pães, tijolos

frota - navios mercantes, ônibus

galeria - quadros, estátuas

girândola - foguetes, fogos de artifício

grei - gado miúdo, paroquianos, políticos

hemeroteca - jornais, revistas

horda - povos selvagens, nômades, desordeiros,

    aventureiros, bandidos, invasores, salteadores

hostes - inimigos, soldados

irmandade - membros de associações religiosas ou

   beneficentes

link com os que mais cai

http://bcccv.blogspot.com/2017/02/coletivos-os-mais-usados-em-consursos.html

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