Em: “(porque filhos podem chorar no seu colo, mas ela, mãe ...

Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Q1798024 Português
Chore e lute, filha.

  Dentre as tantas lições que recebi e recebo de minha mãe, considero duas primordiais: chore sempre que quiser chorar, filha. Lute mesmo quando não quiser lutar, filha.
Sou filha de uma virginiana de origem germânica, regras rígidas, poucas palavras. Mas não houve uma única vez em que ela tenha me mandado engolir o choro, como tanto se ouve por aí. Pelo contrário, ela dizia, com sua escassa e preciosa doçura: “O choro é o xixi do coração, filha. Tem que deixar que ele saia”. Aprendi a obedecer (porque não lhe obedecer segue sendo o erro mais certo de todos) e choro invariavelmente, abandonando constrangimentos e preocupação com olhares de terceiros.
   Sobre a luta, ela nunca verbalizou. Preferiu, nesse caso, ser apenas um exemplo permanente. Por vezes, soltava frases duras como “Segure isso pelo chifre”, “Mostre para o cavalo quem é o cavaleiro aqui”, “Segure as rédeas da sua vida ou ela vai para onde quiser”, “Mantenha só na sua mão a chave da sua felicidade”, ou ainda “Deus nunca nos dá um fardo mais pesado do que podemos aguentar”. As frases ficaram como marcas, mas, no fundo, sempre bastou observá-la, no presente e no passado corajoso.
   Sua luta nunca foi barulhenta. Olhares. Gestos. Frases curtas em tom de voz sereno e firme. Longas cartas manuscritas. Venho, há anos, aprendendo nesse treinamento inconsciente a duelar sem armas, a gritar sem som, a intimidar com os olhos e a romper sem cortes.
   Nunca a vi abandonar ideais, relativizar princípios ou tolerar afrontas. Sempre a vi lutar pelo que acredita e, sobretudo, por aqueles em quem acredita. Sempre a vi continuar acreditando, embora com os olhos um pouco inchados, de quem chorou por meia dúzia de minutos atrás da necessária porta do banheiro (porque filhos podem chorar no seu colo, mas ela, mãe germânica, chora sozinha).
   Um dia ela me disse, em tom de confidência, que me achava muito corajosa. Eu quis, com todas as minhas forças, acreditar nesse elogio com o qual nunca nem ousaria sonhar. Ainda não acredito. Ainda me julgo borboleta, cheia de cores, leve, superficial e frágil. Ainda me tornarei como ela: árvore, raiz, tronco, verde e vida.
   Por enquanto, em tempos estranhos, em campo minado, em terreno incerto, em pedras falsas e em total incerteza na vida, sigo no choro sincero, sigo na luta honesta. Sigo por mim, por ela, por tantos. Porque, como dizem por aí, luto só me serve se for verbo. E assim seguimos caminhando.

(MANUS,Ruth. Um dia ainda vamos rir de tudo isso. p. 67/68.).
Em: “(porque filhos podem chorar no seu colo, mas ela, mãe germânica, chora sozinha)”. Sobre a pontuação do fragmento, é incorreto afirmar:
Alternativas

Gabarito comentado

Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores

Vamos analisar a questão apresentada, que avalia o conhecimento sobre pontuação no trecho de um texto. O objetivo é identificar a afirmativa incorreta sobre o uso dos sinais de pontuação no fragmento: “(porque filhos podem chorar no seu colo, mas ela, mãe germânica, chora sozinha)”.

A alternativa B é a correta resposta, pois ela é a afirmação incorreta. Vamos entender por quê:

B - As vírgulas separam orações adjetivas. Esta afirmação é incorreta. No trecho, as vírgulas não estão separando orações adjetivas. Na verdade, elas estão usadas para isolar a expressão “mãe germânica”, que funciona como um aposto, oferecendo uma explicação adicional sobre o sujeito "ela".

Agora, vamos examinar as demais alternativas para entender por que elas estão corretas:

A - Os parênteses serviram para separar uma reflexão. Esta afirmação é correta. Os parênteses são usados para inserir uma informação adicional ou um comentário pessoal que está relacionado ao contexto principal, o que é exatamente o caso deste trecho.

C - Há vírgula diante de oração adversativa. Esta afirmação é correta. A vírgula antes da conjunção “mas” é usada para introduzir uma oração adversativa, que expressa uma ideia contrária à anterior.

D - Duas vírgulas sinalizam um aposto. Esta afirmação é correta. Como mencionado anteriormente, as vírgulas isolam a expressão “mãe germânica”, que funciona como um aposto, fornecendo informação adicional sobre "ela".

Compreender o uso de pontuação é crucial para interpretar textos corretamente em provas de concurso. Ao analisar as opções, procure sempre identificar a função de cada sinal de pontuação dentro do contexto do texto.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Clique para visualizar este gabarito

Visualize o gabarito desta questão clicando no botão abaixo

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

As orações coordenadas sindéticas adversativas são aquelas que transmitem uma ideia de oposição ou de contraste. Os conectivos que coordenam as orações adversativas são: e, mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão, etc. Exemplos: Eles queriam sair, porém, estava chovendo.

As Orações Subordinadas Adjetivas são aquelas que exercem a função sintática de adjetivo. Geralmente, são introduzidas por pronomes relativos (que, quem, qual, quanto, onde, cujo, etc.), os quais exercem a função de adjunto adnominal do termo antecedente. ... “Admiro alunos que estudam” (oração subordinada adjetiva.

No caso, as subordinadas adjetivas possuem duas classificações:

Explicativas = que utilizam vírgulas.

Restritivas = que não utilizam vírgulas.

Por isso a alternativa correta é a letra B, visto que ela afirma que as adjetivas utilizam vírgulas, contrariando uma das classificações.

no caso ele quer a incorreta, a B determina que a virgula é por causa da oraçao adjetiva, mas para uma oracao adjetiva existir precisa de um pronome relativo

Quem for fazer PPPA, e tem interesse em dividir hotel, estou atrás por enquanto. 69993647226

fui por eliminação kkk

Clique para visualizar este comentário

Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo