"Todos os meus olhares são de adeus / Como o último olhar de...

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Q750659 Português

                              Poema de circunstância

Onde estão os meus verdes?

Os meus azuis?

O arranha-céu comeu!

E ainda falam nos mastodontes, nos brontossauros, nos tiranossauros,

Que mais sei eu...

Os verdadeiros monstros, os Papões, são eles, os arranha-céus!

Daqui

Do fundo

Das suas goelas, só vemos o céu, estreitamente, através de suas gargantas

ressecas.

Para que lhes serviu beberem tanta luz?!

Defronte

À janela onde trabalho...

Mas já estão gestando um monstro de permeio!

Sim, uma grande árvore...

Enquanto há verde,

Pastai, pastai, olhos meus...

Uma grande árvore muito verde... Ah!

Todos os meus olhares são de adeus

Como o último olhar de um condenado!

                                                                                              (Mário Quintana). 

"Todos os meus olhares são de adeus / Como o último olhar de um condenado!"

Nesses versos finais do texto, o autor se declara um "condenado", porque:

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