“Para alguns autores como Osvaldo R. Cabral, o número de esc...

As dificuldades para o estudo do sistema escravista em Santa Catarina decorrem da falta de documentação oficial. Para aprofundarmos essa temática, basicamente, contamos com documentos pessoais e narrativas orais, o que dificulta o acesso e a análise dessas fontes.

No que se refere ao processo de escravidão em Santa Catarina, a historiografia tradicional buscou tecer comparativos que aproximassem a estrutura escravocrata catarinense com outras regiões do país. Essa metodologia contribuiu para invisibilizar a exploração da mão-de-obra escravizada em Santa Catarina.

Muitas das pequenas áreas agrícolas catarinenses contavam com pessoas escravizadas. No sul do estado, por exemplo, não há indícios de construção de grandes senzalas para abrigar essas pessoas. Possivelmente, os escravizados dormiam em anexos das casas de seus proprietários, sendo possível ainda, que dividissem o mesmo teto.

A mão-de-obra escravizada foi fundamental para a manutenção e expansão das Armações Baleeiras catarinenses. Somente na Armação da Lagoinha foram erguidas duas senzalas, que juntamente com a senzala da Armação da Piedade, se constituíram naquele período entre as maiores armações do Brasil Meridional.