Leia o texto. Dança da chuva         Você acredita na danç...

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Q2251818 Português
Leia o texto para responder à questão.

        Wesley Barbosa tem 33 anos. Escritor de periferia, preto, natural de Itapecerica da Serra, em São Paulo. Sozinho, já vendeu mais de 10 mil livros de um total de quatro obras publicadas.
        Vindo de uma família humilde, com a mãe solo faxineira, que criou os quatro filhos sozinha, sem muitos estudos, ninguém nunca o incentivou a ler, e essa paixão surgiu de forma natural.
        “Acho que o livro me tirou um pouco da realidade que eu vivia, de pobreza mesmo. E ali eu me sentia rico por intermédio da leitura. Rico no sentido de sair daquela realidade através da imaginação.”
        Geralmente, os autores primeiro escrevem os livros e deixam o título para o final, mas no livro Viela Ensanguentada Wesley quis fazer diferente. Após ter a ideia do título, ele escreveu em apenas dez dias o livro todo. Todas as noites ele colocava como meta escrever dez páginas e, assim, no final das contas, um livro de 100 páginas surgiu.
        A ideia inicial era produzir livros de bolso, que fossem pequenos e as pessoas pudessem levar para qualquer lugar. Wesley queria “ensaiar” para depois escrever um romance. “Eu trabalhei de 10 a 14 horas por dia para produzir esse livro. Aí eu percebi que estava escrevendo uma história maior.”
        Como todo autor, Wesley coloca características pessoais em seus trabalhos e foi assim também com o personagem Mariano, de Viela Ensanguentada, de 2022.

(Tamyres Sbrile, O Estado de S.Paulo, 2 de abril de 2023. Adaptado)
Leia o texto.
Dança da chuva
        Você acredita na dança da chuva? Em 1998, o estado de Roraima teve quase ¼ de seu território queimado por causa de uma seca que já durava três meses. Depois de frustradas tentativas de apagar o fogo, o governo decidiu recorrer _______________ uma crendice popular. Dois índios caiapós, Kucrit e Mantii, foram levados de Mato Grosso ________ Boa Vista para executar a dança da chuva. As passagens e o hotel foram pagos pela Funai. Os pajés dançaram durante 40 minutos, __________ margens do rio Curupira, pedindo chuva ao espírito de um antepassado. Para surpresa geral, a chuva veio e apagou a maior parte dos focos de incêndio.
(Marcelo Duarte. O guia dos curiosos. São Paulo: Panda Books, 2011. Adaptado)
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, os espaços do texto.
Alternativas

Gabarito comentado

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A questão exige conhecimento sobre o uso da crase.

Crase é a fusão de A + A, sendo que o primeiro é sempre a preposição, o segundo pode ser artigo definido "a" ou pronome "aquela, aquele".

O candidato deve preencher as lacunas de forma correta. Analisemos:




Você acredita na dança da chuva? Em 1998, o estado de Roraima teve quase ¼ de seu território queimado por causa de uma seca que já durava três meses. Depois de frustradas tentativas de apagar o fogo, o governo decidiu recorrer a uma crendice popular. Dois índios caiapós, Kucrit e Mantii, foram levados de Mato Grosso a Boa Vista para executar a dança da chuva. As passagens e o hotel foram pagos pela Funai. Os pajés dançaram durante 40 minutos, às margens do rio Curupira, pedindo chuva ao espírito de um antepassado. Para surpresa geral, a chuva veio e apagou a maior parte dos focos de incêndio.




A primeira não leva crase, pois há somente a preposição exigida pelo verbo “recorrer”, porque não existe artigo definido antes de artigo indefinido.


A segunda não há crase, pois há somente a preposição exigida pelo verbo “levar”, pois antes de topônimos de regra não há artigo definido. Macete: fui a Boa Vista, volto de Boa Vista. Como não foi possivel inserir o “da”, não há crase.


A terceira há crase, pois é uma locução adverbial feminina de lugar, há crase antes dessa estrutura sempre.



Portanto, a sequência correta é: a, a, às.


Gabarito: D

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Comentários

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VOU A BOA VISTA,VOLTO DE BOA VISTA (SEM CRASE)

Alternativa: D.

Análise somente nos contextos relevantes ao uso ou não de crase:

Dança da chuva

1° ➪ (...) Depois de frustradas tentativas de apagar o fogo, o governo decidiu recorrer _a_ uma crendice popular.

>> O verbo “recorrer” rege a preposição “a”, pois quem recorre, recorre ‘a’ alguém.

Porém não ocorrerá crase antes de “artigos indefinidos” – um, uma, uns e umas. Assim não houve a fusão de “a + a”.

2° ➪ Dois índios caiapós, Kucrit e Mantii, foram levados de Mato Grosso _a_ Boa Vista para executar a dança da chuva.

>> Os verbos que indicam destino, principalmente o verbo “ir”, devem ser bem analisados para a aplicação da crase. 

Neste caso, deve ser trocado o termo “vou” por “volto”. Após a troca, se for utilizada a preposição “de”, não haverá crase na frase inicial. Se, na troca, ocorrer o uso da preposição “da”, o acento grave ocorrerá.

Para entender se deve-se ou não acentuar a frase “Vou a Paris”, faça a troca de palavras: “Volto de Paris”. Como foi utilizada a preposição “de”, o correto é a escrita “Vou a Paris”.

Semelhantemente, para compreender o uso da crase em “Vou a Bahia”, constrói-se a substituição “Volto da Bahia”, conforme o uso da preposição da, a grafia da frase será “Vou à Bahia”.

Para melhor compreensão, a regra contém um versinho muito famoso: 

“Vou a, volto da: crase há! Vou a, volto de: crase pra quê?”

 

3° ➪ (...) Os pajés dançaram durante 40 minutos, _às_ margens do rio Curupira, (...).

>> As locuções prepositivas seguidas de palavra feminina e que puderem vir acompanhadas por determinantes (artigo, por exemplo), exigem o acento grave indicativo da crase.

Exemplos:

  1. Requeremos o material junto à coordenadoria
  2. Não procurei por você devido à total falta de tempo.

Existem locuções prepositivas cuja preposição "a" aparece no início da locução e, em geral, terminam pela preposição "de". O emprego da crase junto a essas locuções é igualmente obrigatóriomesmo se a locução não vier expressa na oração.

Exemplos:

  1. Os gabinetes da empresa, diziam, estavam à beira do caos. 
  2. E eu continuei à espera de uma vaga... 

Adendo:

Uma locução prepositiva é um conjunto de duas ou mais palavras que atuam como uma preposição. A última palavra das locuções prepositivas é, obrigatoriamente, uma preposição.

Locuções Prepositivas: à custa de, às vésperas de, às margens de, à espera de, à altura de, à feição de, à beira de, à espreita de, à semelhança de, à busca de, à procura de, à frente de, à base de, à mercê de, à moda de, à revelia de, à maneira de, à caça de, à vista de, à escolha de, à exceção de, à imitação de, à margem de, à prova de, às portas de,...

Vou a Boa Vista, volto da ou volto de eis a questão.

Pensei, volto da cidade Boa Vista, da Boa Vista... lasquei-me

Vou a, volto da: crase há! 

Vou a, volto de: crase pra quê?”

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