No texto, o autor
sociedades de consumo ocidentais não eram mais as de
escritores seculares, mas as marcas comerciais de produtos ou
do que se podia comprar. As imagens que se tornaram ícones
de tais sociedades eram as das diversões e consumo de
massa: astros e latas. Não surpreende que na década de 1950,
no coração da democracia de consumo, a principal escola de
pintores abdicasse diante de fabricantes de imagens tão mais
poderosas que a arte anacrônica. A arte pop passava o tempo
reproduzindo, com tanta exatidão e insensibilidade quanto
possível, os badulaques do comercialismo americano: latas de
sopa, bandeiras, Marilyn Monroe.
Insignificante como arte (no sentido que o século XIX
deu à palavra), essa corrente, apesar disso, reconhecia que o
riunfo do mercado de massa se baseava, de modo bastante
profundo, na satisfação das necessidades tanto espirituais
quanto materiais dos consumidores, fato do qual as agências de
publicidade há muito tinham consciência quando destinavam
suas campanhas a vender não o sabonete, mas o sonho de
beleza, não as latas de sopa, mas a felicidade familiar. O que se
ornou cada vez mais claro foi que isso tinha o que se podia
chamar de uma dimensão estética, uma criatividade de base,
ocasionalmente ativa mas sobretudo passiva, que os produtores
inham de competir para oferecer. Como dizia o populismo
partilhado pelo mercado, o importante não era distinguir entre
bom e ruim, elaborado e simples, mas no máximo entre o que
atraía mais ou menos pessoas. Isso não deixava muito espaço
para o clássico conceito das artes.
(Adaptado de Eric Hobsbawm. Era dos Extremos. Trad. Marcos
Santarrita. São Paulo, Cia. das Letras, 2006, p. 496)
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Interpretação do Texto: O texto aborda a transformação que ocorreu nas sociedades de consumo após a década de 1950, destacando a influência das imagens e da publicidade sobre a arte e a cultura. O autor argumenta que, nesse contexto, as marcas e os produtos passaram a dominar a comunicação, relegando a arte a um segundo plano.
Estratégia de Resolução: Para resolver questões de interpretação, é importante ler atentamente o texto, identificando palavras-chave e marcadores que indicam a relação entre ideias. Neste caso, devemos focar nas mudanças na percepção da arte e do consumo. A alternativa correta deve refletir essa transformação significativa.
Alternativa Correta: E - "demonstra que a consolidação da sociedade de consumo no século XX foi acompanhada de mudanças significativas no campo da arte." Esta resposta está correta, pois o texto descreve como a arte pop e o consumo de massa influenciaram a produção artística, mostrando que a arte se adaptou às novas necessidades da sociedade de consumo.
Justificativas das Alternativas Incorretas:
A - "opõe técnicas de convencimento especializadas do meio publicitário à falta de respostas adequadas por parte dos consumidores." Essa alternativa não é correta porque o texto não menciona a falta de respostas dos consumidores, mas sim a adaptação da arte ao novo contexto de consumo.
B - "enaltece a criatividade que surge com o desenvolvimento da sociedade de consumo, criticando a sociedade estagnada do século XIX." A alternativa é incorreta, pois o texto critica a arte pop e não enaltece a criatividade, além de não fazer uma comparação direta com a sociedade do século XIX.
C - "elogia a nova força de comunicação das imagens produzidas pela arte pop, capazes de vender sonhos e produtos a um só tempo." Embora mencione a venda de sonhos, o texto não elogia a arte pop, mas a vê como insignificante em termos artísticos.
D - "analisa a produção de campanhas políticas na sociedade capitalista da segunda metade do século XX." Esta alternativa é incorreta, pois o texto não discute campanhas políticas, mas sim o impacto do consumismo na arte.
Conclusão: A alternativa E é a única que sintetiza corretamente a ideia central do texto, que reflete sobre a relação entre a arte e a sociedade de consumo no século XX.
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Após a década de 1950, as palavras que dominavam as
sociedades de consumo ocidentais não eram mais as de
escritores seculares, mas as marcas comerciais de produtos ou
do que se podia comprar. As imagens que se tornaram ícones
de tais sociedades eram as das diversões e consumo de
massa: astros e latas. Não surpreende que na década de 1950,
no coração da democracia de consumo, a principal escola de
pintores abdicasse diante de fabricantes de imagens tão mais
poderosas que a arte anacrônica. A arte pop passava o tempo
reproduzindo, com tanta exatidão e insensibilidade quanto
possível, os badulaques do comercialismo americano: latas de
sopa, bandeiras, Marilyn Monroe.
Depois ele continua demosntrando o que foi dito e conclui
Como dizia o populismo
partilhado pelo mercado, o importante não era distinguir entre
bom e ruim, elaborado e simples, mas no máximo entre o que
atraía mais ou menos pessoas. Isso não deixava muito espaço
para o clássico conceito das artes.
Se demonstra, onde está século XX no texto?
Só vi demostrar a situação de consumo no século XIX.
gabarito "E"
(09/03/2015)
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