Atente para as seguintes afirmações:I. No 1° parágrafo, a m...
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Ano: 2014
Banca:
FCC
Órgão:
TRT - 2ª REGIÃO (SP)
Prova:
FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário - Tecnologia da Informação |
Q472281
Português
Texto associado
Questão de gosto
A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”.
A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto.
Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da
mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute.
Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência vale a presença - tudo se elativiza ao infinito. Num mundo sem valores a definir, em que udo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas contradições.
(Emiliano Barreira, inédito)
A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”.
A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto.
Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da
mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute.
Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência vale a presença - tudo se elativiza ao infinito. Num mundo sem valores a definir, em que udo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas contradições.
(Emiliano Barreira, inédito)
Atente para as seguintes afirmações:
I. No 1° parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de valor equivalente.
II. No 2° parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica.
III. No 3° parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica.
Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em
I. No 1° parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de valor equivalente.
II. No 2° parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica.
III. No 3° parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica.
Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em