Na oração “a quem ele amara de verdade”, a flexão do verbo ...

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Q1994014 Português
Texto I


      “Explicar, a mim, como é Alejandra, Bruno ponderou, como é seu rosto, como são as dobras de sua boca.” E pensou que eram justamente essas dobras desdenhosas e um certo brilho tenebroso nos olhos que diferenciavam mais que tudo o rosto de Alejandra do rosto de Georgina, a quem ele amara de verdade. Pois, agora compreendia, a ela é que amara realmente, e quando imaginou estar apaixonado por Alejandra era a mãe de Alejandra que buscava, como esses monges medievais que tentavam decifrar o texto primitivo debaixo das restaurações, debaixo das palavras apagadas e substituídas. E essa insensatez fora a razão de tristes mal-entendidos com Alejandra, tendo às vezes a mesma sensação de quem, após muitíssimos anos de ausência, chega à casa da infância e, ao tentar de noite abrir uma porta, depara com uma parede. Claro que seu rosto era quase o mesmo de Georgina: o mesmo cabelo preto com reflexos avermelhados, os olhos cinza-esverdeados, a boca idêntica e grande, as mesmas faces mongólicas, a mesma pele morena e pálida. Mas o “quase” era atroz, e mais ainda por ser tão sutil e imperceptível, pois assim o equívoco era mais profundo e doloroso. Os ossos e a carne – pensava – não bastam para formar um rosto, e é por isso que ele é infinitamente menos físico do que o corpo: é determinado pelo olhar, pelo ríctus da boca, pelas rugas, por todo esse conjunto de atributos sutis com que a alma se revela por meio da carne. Razão pela qual, no momento exato em que alguém morre, seu corpo se transforma abruptamente numa coisa diferente, tão diferente a ponto de se poder dizer “não parece a mesma pessoa”, apesar de ter os mesmos ossos e a mesma matéria de um segundo antes, um segundo antes desse misterioso instante em que a alma se retira do corpo e este fica tão morto como uma casa da qual se retiram para sempre os seres que moram nela, e, sobretudo, que sofreram e se amaram nela.


(SABATO, Ernesto. Sobre heróis e tumbas.
São Paulo: Planeta De Agostini, 2003, p.22-23)
Na oração “a quem ele amara de verdade”, a flexão do verbo é marcada por uma regularidade que indica tempo e modo. Tal flexão confere ao verbo o sentido de uma ação: 
Alternativas

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Matéria sobre tempo verbal modo temporal - Dica: VAIARA RIASSE

VA - imperfeito do indicativo ( utilizado para os verbos com terminações AR)

IA - imperfeito do indicativo ( utilizado para os verbos com terminações ER/IR)

RA - Pretérito mais que perfeito.

RIA - futuro do pretérito.

SSE - imperfeito do subjuntivo.

Voltando para a questão, “a quem ele amara de verdade” - amaRA - RA - pretérito mais que perfeito (pretérito significa passado, mais que perfeito - significa um passado do passado).

Logo, passado anterior às ações enunciadas no passado. Gabarito E.

Pretérito mais-que-perfeito, é um passado que aconteceu antes de outro acontecimento.

Eu decorei a flexao do presente do indicativo com a palavra AMAR. Consigo acertar usando isso.

PRES. *hoje* EU AMO

PRET. PERF. *ontem* EU AMEI

PRET. IMPERF. *antes* EU AMAVA

PRET. MAIS QUE PERF. *naquele tempo* EU AMARA

FUTURO DO PRES. *amanhã* EU AMAREI

FUTURO DO PRET. *se eu pudesse* EU AMARIA.

E- passada anterior às ações enunciadas no passado.

RESUMINDO

AMARA = TINHA AMADO

BEBERA = TINHA BEBIDO

COMERA = TINHA COMIDO

ESTARA = TINHA ESTADO

TOMARA = TINHA TOMADO

E por aí vai...

FIQUEM NA PAZ!

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