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Q2757024 Português

Leia o texto 2 para responder às questões de 06 a 10.

Texto 2

Arqueologia Machadiana do Rio de Janeiro

Toda grande cidade tem seu cronista por excelência, aquele que melhor a define e caracteriza,

de forma explícita ou não. Londres, por exemplo, teve em Charles Dickens seu mais perfeito

tradutor, o homem que soube da maneira mais incisiva desvendar cada mistério de suas ruas e

bairros. O mesmo pode ser creditado a Kafka com Praga, Fernando Pessoa com Lisboa e

05 Joyce com Dublin. Esses autores não descreveram uma cidade idealizada ou maquiada, mas

sim as mostravam como de fato eram, ao mesmo tempo belas e ásperas, quase que um

personagem a mais em suas obras. Essa persona de concreto e asfalto, o pano de fundo de

uma ou de várias obras que vai aos poucos ficando cada vez mais denso até se inserir

substantivamente em um romance, pode também ser o Rio de Janeiro que Machado de Assis

10 tão bem conheceu. É nas obras do criador de Brás Cubas que um Rio fin-de-siècle melhor se

descortina e é melhor caracterizado. Poucos usaram e abusaram da Cidade Maravilhosa como

Machado, fazendo seus personagens se inserirem de tal forma à paisagem que cada um de

seus livros bem poderia servir de um guia para um Rio que, para muitos, infelizmente não

existe mais. Mas se essa cidade ficou no passado, o guia para ela pode ser encontrado na

15 forma de Rio de Assis (Editora Casa da Palavra), uma interessante viagem até a grande

metrópole brasileira do século XIX concebida pela designer Aline Carrer e um dos mais belos

lançamentos do ano passado.

[...]

ROLLEMBERG, Marcello. Arqueologia machadiana do Rio de Janeiro. Revista Cult. São Paulo: Editora Bregantini, ago. 2000, p. 21- 23.

Pode-se dizer que o tema do artigo foi valorizado pela comparação internacional proposta na primeira frase e por uma ideia implícita que é o fato de

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