“... diz-se de Benjamin que não seria possível convidar par...
A obra de Walter Benjamin e sua teoria crítica da cultura e da modernidade fornecem material importante para o estudo da história, da política, das concepções da infância, linguagem, leitura e escrita. Pensador crítico do seu tempo, aberto a áreas do conhecimento, teorias e abordagens diversas, diz-se de Benjamin que não seria possível convidar para uma mesa de jantar seus principais amigos e interlocutores como Adorno (filósofo da Escola de Frankfurt que contestou com Horkheimer a indústria cultural), Scholem (teólogo, estudioso da mística judaica) Brecht (poeta e teatrólogo marxista) ou os surrealistas (último instantâneo, segundo ele, da inteligência europeia). [...]
Para Benjamin, cada objeto, fragmento ou insignificância contêm o todo (contêm do verbo conter). A totalidade se revela na singularidade e os estilhaços se compõem em imagens como as de um caleidoscópio. Por essa concepção de conhecimento, muitos teóricos – filósofos, historiadores, escritores, estudiosos da arte, da comunicação e da linguagem – consideram que, além de pensador crítico da modernidade, Benjamin seria precursor da crítica à pós-modernidade.
Sônia Kramer. “Educação a contrapelo”. In: Benjamin pensa a educação. Revista Educação. São Paulo: Segmento, 2008. Adaptado