Qual fato deu origem ao texto?
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Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Astolfo Dutra - MG
Prova:
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Auxiliar Administrativo da Vigilância em Saúde |
Q2293831
Português
Texto associado
A quantidade de horas que você precisa dormir pode estar nos seus genes
E pode ser graças a uma mutação ligada ao cérebro que aquele
seu amigo pilhado precisa de menos de 6 horas de sono.
Para ter uma passagem saudável pela Terra, a maioria das pessoas precisa ficar um terço da vida dormindo.
Das 24 horas de um dia, o ideal é que 8 delas sejam passadas na cama. É claro que muita gente não cumpre a recomendação
– e a tendência vista por médicos e cientistas é que estamos dormindo cada vez menos. Para a maioria das pessoas, isso não
poderia ser pior. Uma pessoa normal não fica nada bem dormindo repetidamente por menos de 7 horas. Ela fica mais burra,
literalmente – o prejuízo cognitivo é equivalente à de uma noite de bebedeira.
Noites mal dormidas levam a alterações de humor, prejuízos à memória e aprendizado, redução da atenção, enfraquecimento
do sistema imune e até riscos aumentados de desenvolver doenças psiquiátricas.
Apesar das 8 horas serem o consenso médico… Isso oficialmente não vale para todo mundo. Muito provavelmente você
tem aquele amigo que dorme 4 horas por dia e sempre está uma pilha, enquanto você, que tenta dormir ao menos 6, está
sempre cansado.
Neurologistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco (UCSF), podem ter finalmente descoberto o motivo: genes
impactam diretamente no quanto alguém precisa dormir.
Na verdade, essa associação não é nova, começou em 2009. Naquele ano, a mesma equipe de pesquisadores descobriu
que pessoas que haviam herdado uma mutação específica em um gene chamado DEC2 precisavam, em média, de apenas 6,25
horas de sono por noite para estarem plenamente bem no outro dia. Enquanto isso, pessoas normais, sem essa mutação, precisavam
em média de 8,06 horas.
A descoberta de 2009 foi curiosa, mas até aí os próprios autores acreditavam que a mutação não passava de casualidade.
Até agora, quando descobriram um novo gene relacionado ao sono.
Esse segundo achado reforça a ideia de que as variações genéticas estão diretamente ligadas às quantidades de horas de
sono que o organismo precisa – e que são elas que podem explicar porque as pessoas relatam ter necessidades radicalmente
diferente umas das outras quando o assunto é sono.
No novo estudo, divulgado no periódico Neuron, a equipe investigou uma família de sono naturalmente curto – todos os
parentes dizem ficar muito bem com 6 horas de sono. O interessante é que nenhum deles apresentava a primeira mutação, no
gene DEC2.
Foi aí que eles tentaram procurar outra explicação – e encontraram uma coisa que todos os membros da família tinham
em comum no DNA: uma mutação em um gene chamado ADRB1, que é responsável pelos níveis de atividade dos neurônios
que ficam no tronco encefálico – mais especificamente na região dorsal dos núcleos da rafe, área conhecida por controlar os
estágios do sono.
Para testar se essa mutação tinha o mesmo efeito fora da família acordadinha, os cientistas desenvolveram uma série de testes
em camundongos geneticamente modificados com a variante mutada do ADRB1. Não deu outra: eles dormiram em média 55 minutos
a menos do que os camundongos comuns – o que sugere que, sim, esse gene está relacionado à falta de sono. A atividade dos
neurônios da região era aumentada nos ratos com genes mutantes, o que pode estar mediando o comportamento do sono curto.
(Ingrid Luisa. Editora Abril. Em: 19/08/2019. Fragmento.)
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