O texto de Flávio Gikovate é considerado:
O AMOR COMO MEIO, NÃO COMO FIM
Há algo errado na forma como temos vivido nossas relações amorosas. Isso é fácil de ser constatado, pois temos sofrido muito por amor. Se o que anda bem tem que nos fazer felizes, o sofrimento só pode significar que estamos numa rota equivocada.
Vamos nos deter em apenas uma das idéias que governam nossa visão do amor. Imaginamos sempre que um bom vínculo afetivo significa o fim de todos os nossos problemas. Nosso ideal romântico é assim: duas pessoas se encontram uma com a outra, compõem um forte elo, de grande dependência, sentem-se preenchidas e completas e sonham em largar tudo o que fazem para se refugiar em algum oásis e viver inteiramente uma para a outra, usufruindo o aconchego de ter achado sua “metade da laranja”. Nada parece lhes faltar. Tudo o que antes valorizavam – dinheiro, aparência física, trabalho, posição social, etc. – parece não ter a menor importância. Tudo o que não diz respeito ao amor se transforma em banalidade, algo supérfluo que agora pode ser descartado sem o menor problema.
Sabemos que quem quis levar essas fantasias para a vida prática se deu mal. Com o passar do tempo, percebe-se que uma vida reclusa, sem novos estímulos, somente voltada para a relação amorosa, muito depressa se torna tediosa e desinteressante. Podemos sonhar com o paraíso perdido ou com a volta ao útero, mas não podemos fugir ao fato de que estamos habituados a viver com certos riscos, certos desafios. Sabemos que eles nos deixam alertas e intrigados; que nos fazem muito bem.
Os doentes acham que a saúde é tudo. Os pobres imaginam que o dinheiro lhes traria toda a felicidade sonhada. Os carentes – isto é, todos nós – acham que o amor é a mágica que dá significado à vida. O que nos falta aparece sempre idealizado, como o elixir da longa vida e da eterna felicidade.
Se é verdade, então, que o amor nos enche de alegria e coragem – e isso ninguém contesta – por que não direcionar essa nova energia para ativar ainda mais os projetos nos quais estamos empenhados? Quando amamos e nos sentimos amados por alguém que admiramos e valorizamos, nossa auto-estima cresce, nos sentimos dignos e fortes. Tornamo-nos ousados e capazes de tentar coisas novas, tanto em relação ao mundo exterior como na compreensão da nossa subjetividade. Em vez de ser um fim em si mesmo, o amor deveria funcionar como um meio para o aprimoramento individual, nos curando das frustrações do passado e nos impulsionando para o futuro. Casais que conseguem vivê-lo dessa maneira crescem e evoluem, e sob essa condição seu amor se renova e se revitaliza.
(GIKOVATE, Flávio. Cláudia. São Paulo: Abril, agosto 1989. Condensado)
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Comentários
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A opinião volta-se para o juizo que cada um ou o grupo (opinião pública) tem sobre alguma coisa.
A opinião apresenta os fatos como a informação, enquadrando-os no respectivo contexto, relacionando-os , através de uma interpretação e elabora um juízo de valor sobre eles.Na opinião, o autor escolhe o ângulo de abordagem dos acontecimentos e das situações, mas não se preocupa com a distanciação nem com a simples explicação imparcial que.
Enquanto a notícia dá a informação, a interpretação explica os fatos e as razões,a opinião adianta o juízo de valor.
Exemplo de textos opinativos:editorial de revistas,comentários de jornal,etc...
Concluindo,o texto opinativo tem por finalidade informar e influenciar,nomeadamente a nível político ou ideológico.
nem precisa ler o texto todo pra saber que é opinativo.
logo no início a autora já expressa a SUA OPINIÃO SOBRE A VISÃO DO AMOR OU COMO O AMOR é visto por nós, mas isso não quer dizer que essa idéia seja de todos nós, é claro que ela pensa assim sobre o romance ideal, agora nós podemos pensar diferente sobre o assunto.
vejamos, no 2° parágrafo do texto:
"Nosso ideal romântico é assim: duas pessoas se encontram uma com a outra, compõem um forte elo, de grande dependência, sentem-se preenchidas e completas e sonham em largar tudo o que fazem para se refugiar em algum oásis e viver inteiramente uma para a outra, usufruindo o aconchego de ter achado sua “metade da laranja”. Nada parece lhes faltar. Tudo o que antes valorizavam – dinheiro, aparência física, trabalho, posição social, etc. – parece não ter a menor importância. Tudo o que não diz respeito ao amor se transforma em banalidade, algo supérfluo que agora pode ser descartado sem o menor problema."
a) Didático - texto com proposito instrutivo
b) Narrativo - texto com personagens e com enredo no tempo passado
c) Descritivo - texto que descreve um cenario, um situação ou pessoas. Adjetivos predominam neste genero textual
d) Científico - texto ilustrativo de um fato ou ocorrencia.
e) Opinativo
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