Sobre o último parágrafo do TEXTO 1, é INCORRETO afirmar que:
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Ano: 2023
Banca:
PR-4 UFRJ
Órgão:
UFRJ
Provas:
PR-4 UFRJ - 2023 - UFRJ - Médico - Clínica Médica
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Q2268460
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Considere o TEXTO 1 para responder à questão.
TEXTO 1
Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicado pela
revista Nature, pode mudar os rumos do que se sabia
sobre um dos conceitos mais importantes da Astronomia, o Limite de Roche, e alterar o cotidiano do fazer
pesquisas astronômicas. Ao redor do astro Quaoar,
candidato a planeta-anão, foi encontrado um anel, considerado “fora dos padrões” que trouxe novos questionamentos sobre a formação de satélites naturais.
O ponto principal da descoberta é que a existência do anel coloca em prova o que era compreendido
até agora pela Astronomia como Limite de Roche,
um conceito elaborado no século XIX, que define a
distância que um objeto pode estar do astro principal
no qual ele orbita sem ser despedaçado.
Conforme o estabelecido pelo cálculo do Limite, sendo de 1.750 km, o anel ao redor do ‘primo de Plutão’,
localizado a 4.100 km de distância de Quaoar, deveria ser uma lua. Mas, inesperadamente, esse não é
o caso. Essa formação não aconteceu, rebatendo o
que se sabia a partir da teoria.
— Isso tudo está relacionado com formação, em
como a gente espera que os satélites naturais, chamados de luas, sejam formados. Tendo esse caso de
um astro que não entra nesses requisitos do Limite de
Roche significa que não conhecíamos tão bem essa
formação como imaginávamos — pontua Bruno
Morgado, pesquisador do Observatório do Valongo,
da UFRJ, responsável pelo artigo.
Em um primeiro momento, o questionamento levantado pelos cientistas foi caso eles estivessem presenciando um satélite natural (ou lua) sendo formado.
Então, esse fenômeno corresponderia a um “meio do
caminho”, até o anel sofrer a transformação.
— É verdade que isso é uma possibilidade, mas
isso é improvável. Porque esse tipo de ocorrência de
transformação acontece em um período muito pequeno de tempo, entre 10 a 20 anos. Então, é muito
improvável, considerando a história do Sistema Solar
— o pesquisador esclarece.
Outras hipóteses, abrangidas pelo estudo, tentam
responder à pergunta levantada pela descoberta.
Uma delas seria a da influência gravitacional direta
da lua já existente de Quaoar, chamada de Weywot,
prejudicando o processo. Numa outra abordagem,
seria possível existirem irregularidades geográficas,
como crateras muito fundas ou montanhas muito altas no candidato a planeta-anão.
A observação foi feita através do método chamado
de ocultação estelar, na qual é medida a sombra do corpo celeste, como em um eclipse. Esta técnica também
foi utilizada em outras descobertas de anel, como o de
Saturno e do asteroide Chariklo. O astrônomo pontua
que, para a captação do anel, cientistas de quatro partes do mundo colaboraram com imagens.
— Eu faço parte de um grupo colaborativo com
pesquisadores do Brasil e de outros países. Nós usamos essas observações de diversos locais para conseguir fazer esses estudos. Nesse trabalho específico
contamos com colegas da Namíbia, da Austrália, da
Ilha La Palma e com um telescópio espacial especializado em planetas de fora do Sistema Solar — conta.
Considerada mais uma conquista para a ciência
brasileira, a pesquisa abriu caminho para uma possível revolução do conceito, criado pelo astrônomo
francês Édouard Roche dois séculos atrás. Agora,
surgem novos questionamentos sobre não ter sido
formado um satélite natural.
— Aqui no Brasil nós conseguimos realizar pesquisas de ponta. É muito importante valorizar a ciência e as nossas instituições. Isso é algo que eu
acredito, porque eu não estaria nessa posição de
pesquisador sem a educação pública de qualidade
— completa Morgado. O depoimento do pesquisador nos lembra que professores e estudantes brasileiros fazem esforço diário, semanal, mensal... para
que a pesquisa feita nos milhares de laboratórios
brasileiros ganhe atenção da sociedade.
(O GLOBO, 2023, adaptado)
Sobre o último parágrafo do TEXTO 1, é
INCORRETO afirmar que: