A propósito do TEXTO I, analise as afirmações a seguir: I. ...

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Q1624408 Português
TEXTO I
Os outros que ajudam (ou não)

    Muitos anos atrás, conheci um alcoólatra, que, aos quarenta anos, quis parar de beber. O que o levou a decidir foi um acidente no qual ele, bêbado, quase provocara a morte da companheira que ele amava, por quem se sentia amado e que esperava um filho dele.
    O homem frequentou os Alcoólicos Anônimos. Deu certo, mas, depois de um tempo, houve uma recaída brutal. Desanimado, mas não menos decidido, com o consenso de seu grupo do AA o homem se internou numa clínica especializada, onde ficou quase um ano – renunciando a conviver com o filho bebê. Voltou para casa (e para as reuniões do AA), convencido de que nunca deixaria de ser um alcoólatra – apenas poderia se tornar, um dia, um "alcoólatra abstêmio".
    Mesmo assim, um dia, depois de dois anos, ele se declarou relativamente fora de perigo. Naquele dia, o homem colocou o filhinho na cama e sentou-se na mesa para festejar e jantar. E eis que a mulher dele chegou da cozinha erguendo, triunfalmente, uma garrafa de premier cru de Château Lafite: agora que estava bem, certamente ele poderia apreciar um grande vinho, para brindar, não é? O homem saiu na noite batendo a porta. A mulher que ele amava era uma idiota? Ou era (e sempre foi) não sua companheira de vida, mas de sua autodestruição? Seja como for, a mulher dessa história não é um caso isolado. Quem foi fumante e conseguiu parar quase certamente já encontrou um amigo que um dia lhe propôs um cigarro "sem drama": agora que parou, você vai poder fumar de vez em quando – só um não pode fazer mal.
    Também há os que patrocinam qualquer exceção ao regime que você tenta manter estoicamente: se for só hoje, massa não vai fazer diferença, nem uma carne vermelha. Seja qual for a razão de seu regime e a autoridade de quem o prescreveu, para parentes e próximos, parece que há um prazer em você transgredir.
    Há hábitos que encurtam a vida, comprometem as chances de se relacionar amorosa e sexualmente e, mais geralmente, levam o indivíduo a lidar com um desprezo que ele já não sabe se vem dos outros ou dele mesmo. Se você precisar se desfazer de um desses hábitos, procure encorajamento em qualquer programa que o leve a encontrar outros que vivem o mesmo drama e querem os mesmos resultados. É desses outros que você pode esperar respeito pelo seu esforço – e até elogios (quando merecidos).
    Hoje, encontrar esses outros é fácil. Há comunidades on-line de pessoas que querem se livrar do sedentarismo, da obesidade, do fumo, do alcoolismo, da toxicomania etc. Os membros registram e transmitem, todos os dias, os seus fracassos e os seus sucessos. No caso do peso, por exemplo, há uma comunidade cujos integrantes instalam em casa uma balança conectada à internet: o indivíduo se pesa, e os demais sabem imediatamente se ele progrediu ou não.
    Parêntese. A balança on-line não funciona pela vergonha que provoca em quem engorda, mas pelos elogios conquistados por quem emagrece. Podemos modificar nossos hábitos por sentirmos que nossos esforços estão sendo reconhecidos e encorajados, mas as punições não têm a mesma eficácia. Ou seja, Skinner e o comportamentalismo têm razão: uma chave da mudança de comportamento, quando ela se revela possível, está no reforço que vem dos outros ("Valeu! Força!"). Já as ideias de Pavlov são menos úteis: os reflexos condicionados existem, mas, em geral, se você estapeia alguém a cada vez que ele come, fuma ou bebe demais, ele não vai parar de comer, fumar ou beber – apenas vai passar a comer, fumar e beber com medo.
    Volto ao que me importa: por que, na hora de tentar mudar um hábito, é aconselhável procurar um grupo de companheiros de infortúnio desconhecidos? Por que os nossos próximos, na hora em que um reforço positivo seria bem-vindo, preferem nos encorajar a trair nossas próprias intenções?
    Há duas hipóteses. Uma é que eles tenham (ou tivessem) propósitos parecidos com os nossos, mas fracassados; produzindo o nosso malogro, eles encontrariam uma reconfortante explicação pelo seu. Outra, aparentemente mais nobre, diz que é porque eles nos amam e, portanto, querem ser a nossa exceção, ou seja, querem ser aqueles que nós amamos mais do que a nossa própria decisão de mudar. Como disse Voltaire, "que Deus me proteja dos meus amigos. Dos inimigos, cuido eu".

CONTARDO, Calligaris. Todos os reis estão nus. Org. Rafael Cariello. São Paulo: Três Estrelas, 2014.
A propósito do TEXTO I, analise as afirmações a seguir:
I. No trecho “...houve uma recaída brutal”, a palavra destacada é acentuada por se tratar de uma paroxítona terminada em A.
II. Em “para parentes e próximos, parece que um prazer em você transgredir”, as palavras destacadas são acentuadas seguindo a mesma regra de acentuação gráfica.
III. Em “Há duas hipóteses. Uma é que eles tenham (ou tivessem) propósitos parecidos...”, as palavras destacadas são proparoxítonas e, pela regra, todas devem ser acentuadas.
IV. Na passagem “...se você estapeia alguém a cada vez que ele come, fuma ou bebe demais...”, a palavra destacada é acentuada por se tratar de uma oxítona terminada em EM.
É correto o que se afirma
Alternativas

Comentários

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Gab : D

I. No trecho “...houve uma recaída brutal”, a palavra destacada é acentuada por se tratar de um hiato. II. Em “para parentes e próximos, parece que  um prazer em você transgredir”, as palavras destacadas são acentuadas seguindo Regras diferentes de acentuação, uma é proparoxitona e a outra oxitona. III. Em “Há duas hipóteses. Uma é que eles tenham (ou tivessem) propósitos parecidos...”, as palavras destacadas são proparoxítonas e, pela regra, todas devem ser acentuadas. IV. Na passagem “...se você estapeia alguém a cada vez que ele come, fuma ou bebe demais.. a palavra destacada é acentuada por se tratar de uma oxítona terminada em EM.”

GABARITO D

--> Todas as proparoxítonas são acentuadas;

--> al-guém: oxítona terminada em "em"

Bons estudos

GABARITO D

I. No trecho “...houve uma recaída brutal”, a palavra destacada é acentuada por se tratar de uma paroxítona terminada em A. ( ERRADA )

Re-ca- í- da = Hiato

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II. Em “para parentes e próximos, parece que  um prazer em você transgredir”, as palavras destacadas são acentuadas seguindo a mesma regra de acentuação gráfica. ( ERRADA )

Há - Algumas gramáticas classificam na regra dos Monossílabos tônicos terminados em "a", "e", "o", seguidos ou não de “s”.

Pró- xi- mos > Proparoxítonas

________________________

III. Em “Há duas hipóteses. Uma é que eles tenham (ou tivessem) propósitos parecidos...”, as palavras destacadas são proparoxítonas e, pela regra, todas devem ser acentuadas.

São duas proparoxítonas

hi-pó-te-ses

pro-pó-si-tos

__________________________

IV. Na passagem “...se você estapeia alguém a cada vez que ele come, fuma ou bebe demais...”, a palavra destacada é acentuada por se tratar de uma oxítona terminada em EM.

Al-guém > Oxítona

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Fontes :

https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/acentuacao.htm

Bons estudos!

gab d

quando tivermos i e u em posição paroxitona vamos acentuar!

GABARITO: LETRA D

RECAÍDA --> REGRA DO HIATO.

PRÓXIMOS --> PROPAROXÍTONA.

HÁ --> MONOSSÍLABO TÔNICO.

HIPÓTESES --> PROPAROXÍTONA.

PROPÓSITOS --> PROPAROXÍTONA.

ALGUÉM --> OXÍTONA TERMINADA EM "EM".

COMPLEMENTANDO:

Oxítonas ↳ Última sílaba tônica.

Paroxítonas ↳ Penúltima sílaba tônica.

Proparoxítonas ↳ Antepenúltima sílaba tônica.

Monossílabos ↳ Acentuam-se monossílabos tônicos terminados em "A, E, O com ou sem S".

Oxítonas ↳ Acentuam-se as oxítonas terminadas em "A, E, EM, ENS e DITONGO".

Ditongos abertos  ÉU, ÉI, ÓI.

a) Monossilábicos: véu, rói, dói, réis.

b)Oxítonos: caracóis, pincéis, troféus.

*

Paroxítonas ↳ Acentuam-se as paroxítonas terminadas em "L, I(s), N, US, PS, Ã, R, UM, UNS, ON, X, ÃO e

DITONGO".

OBS: Não se acentua prefixos terminados em Iou R”: Semi |Super.

Ditongos abertos paroxítonos não são mais acentuados. Ex: Ideia, boia, jiboia, assembleia.

EE / OO paroxítonos (não são mais acentuados) Veem, leem, creem. | Voo, enjoo, perdoo.

Não há mais trema em palavras da língua portuguesa.

*

Proparoxítonas ↳ Todas as paroxítonas são acentuadas.

Hiatos ↳ Acentuam-se o "I e o U", quando são a segunda vogal tônica de hiato, quando essas letras aparecem sozinhas (ou seguidas de s) numa sílaba.

OBS ↳ Se junto ao I” e U” vier qualquer outra letra (na mesma sílaba), não haverá acento.

Se o I for seguido de NH”, não haverá acento.

Paroxítonos antecedidos de ditongo: Feiura / Bocaiuva.

Também não haverá acento se a vogal se repetir, como, por exemplo, em xiita.

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Formas Verbais com Hífen ↳ Deve-se tratar cada forma como se fosse uma palavra distinta.

Ex: Contar-lhe; Sabê-la; Convidá-la-íamos.

Verbos “Ter” e “Vir” ↳ Se empregados na terceira pessoa do singular (Presente do Indicativo): sem acento.

Ex: O homem tem / o homem vem.

Se empregados na terceira pessoa do plural (Presente do Indicativo): com acento circunflexo.

Ex.: Os homens têm / os homens vêm.

Verbos derivados de “Ter” e “Vir” ↳ Se empregados na terceira pessoa do singular (Presente do Indicativo): com acento agudo.

Ex: João mantém / o frasco contém.

Se empregados na terceira pessoa do plural (Presente do Indicativo): com acento circunflexo.

Ex.: Os homens mantêm / os frascos contêm.

Pôr (verbo) / Por (preposição) | Pôde (pretérito perfeito) / Pode (presente) | Fôrma (substantivo – recipiente) / Forma (verbo “formar” / substantivo)

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