Entre 1946 e 1964, período em que o autor destaca a redemocr...
nos trópicos, ela é inteiramente nova. Se nossas classes dominantes se
revelam infecundas, o mesmo não se passa com o povo, no seu
processo de autocriação. E é com essa vantagem de sermos mestiços,
que vamos chegar ao futuro.
Foi, aliás, em busca do futuro que passamos todo um século a
indagar quem somos, e o que queremos ser, e a projetar imagens de
nós mesmos, espelho contra espelho. A cada sístole e a cada diástole
desses cem anos corresponderam visões otimistas e pessimistas,
barrocas e contidas, esperançosas e desalentadas. Pois cada momento
- o da Belle Époque, o da Revolução de 30, o do Estado Novo, o da
redemocratização, o do dia seguinte ao suicídio de Getúlio Vargas, o
do desenvolvimentismo dos anos 50, o do regime militar e o da
segunda redemocratização - refez o retrato do Brasil. Mudou, ao
longo do tempo, a linguagem com que nos descrevemos. E mudou
também o país acerca do qual se dissertava. Lidos um após outro, os
nossos evangelistas soam dissonantes, mas, juntos, se corrigem ou
polifonicamente se completam.
Alberto da Costa e Silva. Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do
Brasil. In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira
(1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 38, (com adaptações).
A partir da análise contida no texto apresentado e considerando
aspectos significativos da trajetória republicana brasileira, julgue os
itens que se seguem.
- Gabarito Comentado (1)
- Aulas (12)
- Comentários (7)
- Estatísticas
- Cadernos
- Criar anotações
- Notificar Erro
Gabarito comentado
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Gabarito Comentado:
O gabarito para a afirmação apresentada é E - errado. Durante o período entre 1946 e 1964, o Brasil de fato experimentou uma série de transformações significativas. A redemocratização seguiu-se ao Estado Novo, e os anos que se seguiram ao suicídio de Vargas foram marcados por uma política de desenvolvimento e urbanização acelerada.
Entretanto, a afirmação de que o Brasil avançou em termos de participação política é parcialmente verdadeira, pois, apesar da redemocratização, o período também foi marcado por limitações e exclusões no que tange ao pleno exercício da democracia.
Quanto à urbanização, é correto afirmar que o Brasil vivenciou uma das mais altas e rápidas taxas de urbanização conhecidas no mundo contemporâneo, impulsionadas pela industrialização e pela migração de pessoas do campo para a cidade em busca de melhores condições de vida.
Em relação à política externa, é incorreto afirmar que o Brasil passou ao largo da Guerra Fria. A política externa brasileira dessa época não foi completamente alheia aos embates da Guerra Fria. Por exemplo, o governo de Juscelino Kubitschek procurou manter uma postura equilibrada, mas houve momentos em que o Brasil se alinhou com os Estados Unidos.
Ademais, a economia brasileira já evidenciava sinais de internacionalização, principalmente no setor industrial com a chegada de empresas multinacionais, sobretudo no governo de Juscelino Kubitschek com o Plano de Metas e a abertura para o capital estrangeiro.
Resumindo, apesar dos avanços em alguns aspectos, a afirmação não retrata de maneira precisa o contexto histórico brasileiro no período em questão, pois simplifica e omite complexidades relevantes da trajetória republicana do Brasil.
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Comentários
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A econômia da do país, com Goulart e Juscelino, passou por uma internacionalização, com busca de investimentos no capital estrangeiro.
ERRADO. O governo Dutra colocou-se na teia das relações posteriores a 1945. Ademais, muitos consideram que sua Política Externa não foi altiva, mas se alinhou automaticamente/ideologicamente ao EUA.
Por fim, JK abriu espaço, em seu Plano de Metas, para os investimentos externos, sobretudo quanto à produção de bens duráveis.
"e, em especial sob os governos Gaspar Dutra e Juscelino Kubistchek, praticou uma política externa altiva"
"que possibilitou ao país passar ao largo da Guerra Fria e adiar sobremaneira a internacionalização de sua economia."
Errado. A política externa do governo Dutra é medíocre, marcada por um relacionamento de mendicância e alinhamento automático aos Estados Unidos na largada da Guerra Fria, bem com pelo rompimento de relações diplomáticas com a União Soviética.
Por outro lado, o país também não passou ao largo da Guerra Fria, que como bem se vê, em muito afetou a política externa brasileira; também não se pode falar que houve adiamento da internacionalização da economia, muito menos com Juscelino.
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