O acompanhamento terapêutico carrega estreita relação com o ...

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Q2299379 Saúde Pública
O acompanhamento terapêutico carrega estreita relação com o processo da Reforma Psiquiátrica Brasileira, na medida em que suas primeiras experiências são produzidas quando os muros do manicômio são tensionados. Nesse sentido, Palombini (2006) defende que a prática pode operar como um dispositivo clínico-político, apresentando alguns elementos de base para essa atuação. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. 
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Vamos analisar essa questão que aborda o acompanhamento terapêutico no contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Este é um tema crucial dentro das políticas de saúde mental, que visa a transformação dos modelos de cuidados, reduzindo a dependência de internações psiquiátricas em favor de uma abordagem mais comunitária e integrada.

Primeiramente, vamos entender o conceito central: o acompanhamento terapêutico como um dispositivo clínico-político. Essa prática busca promover a saúde mental através de uma relação direta e personalizada entre o terapeuta e o usuário, focando na inclusão social e no fortalecimento da autonomia do paciente. Para isso, ela leva em conta a complexidade da subjetividade humana e as interações sociais.

A alternativa correta é a D: "Considerar a subjetividade como algo que se constitui na relação com uma alteridade e que se trata de uma subjetividade que não é transparente a si mesma, que não se deixa apreender integralmente por um saber, é um princípio orientador que sustenta uma concepção subjetiva necessariamente presente na teoria clínica do acompanhamento terapêutico como dispositivo clínico-político."

Justificativa: Esta alternativa acerta ao destacar que a subjetividade é formada na interação com o outro e que não pode ser completamente compreendida ou capturada por um único sistema de conhecimento. Isso está alinhado com as práticas contemporâneas de saúde mental, que reconhecem a complexidade do ser humano e a importância de abordagens integrativas. Esta visão está em conformidade com as diretrizes modernas de terapia comunitária, que vêem a subjetividade como dinâmica e influenciada por múltiplos fatores.

Vamos agora examinar as alternativas incorretas:

A: Focar apenas na disponibilidade do usuário para o encontro ignora a responsabilidade do sistema de saúde em criar condições que favoreçam essa disponibilidade, além de desconsiderar a fluidez das condições emocionais e de saúde mental do indivíduo.

B: A utilização de uma única teoria clínica limita a prática do acompanhamento terapêutico, que se beneficia de uma abordagem plural e flexível para atender às variadas necessidades dos usuários.

C: Considerar a subjetividade resistente como um obstáculo e buscar capturá-la por meio da relação transferencial não respeita a autonomia do paciente e não promove a colaboração necessária no processo terapêutico.

E: Embora o espaço de continência e pertencimento seja importante, a proposta de que a equipe à qual o usuário está vinculado pode automaticamente cumprir esse papel é uma simplificação excessiva e não leva em conta as necessidades individuais e contextuais do usuário.

Estratégias de Interpretação: Na leitura de questões como esta, preste atenção aos conceitos-chave, como "subjetividade", "alteridade" e "dispositivo clínico-político". Observe o alinhamento das alternativas com os princípios gerais da saúde pública e práticas terapêuticas contemporâneas.

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Considerar a subjetividade como algo que se constitui na relação com uma alteridade e que se trata de uma subjetividade que não é transparente a si mesma, que não se deixa apreender integralmente por um saber, é um princípio orientador que sustenta uma concepção subjetiva necessariamente presente na teoria clínica do acompanhamento terapêutico como dispositivo clínico-político.

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