No segundo parágrafo, reforça-se a ideia de que as piadas a...
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Ano: 2023
Banca:
IV - UFG
Órgão:
UFDPar
Provas:
CS-UFG - 2023 - UFDPar - Auditor
|
CS-UFG - 2023 - UFDPar - Arquivista |
CS-UFG - 2023 - UFDPar - Médico - Área: Medicina do Trabalho |
Q2341838
Português
Texto associado
Leia o Texto 1 para responder a questão.
Texto 1
O discurso do humor: temas, técnicas e leituras
Se você diz a alguém que estuda piadas, o primeiro
efeito que produz ainda é o riso. É uma pena que seja assim,
porque as piadas são de fato um tipo de material altamente
interessante. Por várias razões.
Em primeiro lugar, as piadas são interessantes para os
estudiosos porque praticamente só há piadas sobre temas que
são socialmente controversos. Assim, sociólogos e
antropólogos poderiam ter nelas um excelente corpus para
tentar reconhecer (ou confirmar) diversas manifestações
culturais e ideológicas, valores arraigados. [...]
Em segundo lugar, porque piadas operam fortemente
com estereótipos. Assim, fornecem um bom material para
pesquisas sobre "representações", por exemplo. Possivelmente,
qualquer estudioso tenha o direito de afirmar que tais
representações são grosseiras demais para revelarem qualquer
fato significativo. Mas estará enganado. De fato, elas revelam
que, frequentemente, discursos operam mesmo com
representações grosseiras, estereotipadas. E que, portanto,
muitas ações sociais são realizadas com esse frágil fundamento
– não dar emprego a determinados tipos de pessoas por causa
de seu sotaque ou da cor de sua pele ou do seu tamanho, por
exemplo. [...]
Em terceiro lugar, as piadas são interessantes porque
são quase sempre veículo de um discurso proibido,
subterrâneo, não oficial, que não se manifestaria, talvez,
através de outras formas de coletas de dados, como entrevistas.
Outra face da mesma característica é que as piadas veiculam
discursos não explicitados correntemente (ou, pelo menos,
discursos pouco oficiais). [...]
POSSENTI, Sírio. Os humores da língua. Campinas: Mercado de Letras, 1998,
p. 25-26.
No segundo parágrafo, reforça-se a ideia de que as piadas
ainda não são utilizadas como objeto de investigação. Essa
ideia é explícita pelo emprego