Mulher de 39 anos apresenta histórico de diabetes tipo 2 e q...
Analise o caso abaixo para responder as questões 31 e 32.
Homem de 54 anos, em quimioterapia por neoplasia de intestino metastático, procura o pronto socorro com queixa de há 10 dias apresentar: taquicardia, tremores de extremidades e insônia. Ao exame físico: tireoide preservada, frequência cardíaca: 126 bpm, tremor de extremidades, exoftalmia ausente. Exames TSH 0,05 mIU/L e T4l 5,25 ng/dL.
Mulher de 39 anos apresenta histórico de diabetes tipo 2 e queixa-se de episódios recorrentes de infecções urinárias. Durante a avaliação diagnóstica, a tomografia de abdome revelou a presença de cálculos renais e uma lesão na glândula adrenal direita com dimensões de 2,3 cm. A lesão é caracterizada por uma densidade homogênea de 8 unidades Hounsfield, sugerindo a possibilidade de um adenoma. Não há relato de hipertensão arterial. No exame físico, encontra-se em bom estado geral, com coloração saudável, hidratada, e a tireoide é palpável de forma normal, sem sinais de síndrome de Cushing. Os parâmetros vitais mostram frequência cardíaca de 66 bpm e PA de 120 x 80 mmHg. Os resultados dos exames laboratoriais indicam glicemia de 92 mg/dL, HbA1c de 6,2%, sódio de 141 mEq/L, potássio de 4,3 mEq/L e creatinina de 1,2 mg/dL. Diante desse cenário clínico, assinale a alternativa que apresenta a abordagem recomendada em relação à lesão nodular na glândula adrenal.
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A alternativa correta para a questão apresentada é a Alternativa A: Solicitar cortisol pós 1 mg de dexametasona. Vamos entender o porquê dessa escolha e analisar as demais opções.
O caso clínico descreve uma mulher de 39 anos com um achado incidental de uma lesão nodular na glândula adrenal direita durante a avaliação de episódios recorrentes de infecções urinárias. A lesão tem características de um adenoma. Em situações como esta, é importante avaliar a funcionalidade do nódulo para excluir a presença de síndrome de Cushing subclínica, hiperaldosteronismo primário ou feocromocitoma.
Justificativa para a alternativa A:
A solicitação de cortisol pós 1 mg de dexametasona é um teste de supressão de dexametasona utilizado para identificar hipercortisolismo subclínico, como a síndrome de Cushing. Dada a presença de um adenoma adrenal, mesmo sem sinais evidentes de hipercortisolismo, é importante investigar essa possibilidade, especialmente considerando que a paciente possui diabetes tipo 2, condição que pode ser exacerbada pelo excesso de cortisol.
Análise das alternativas incorretas:
Alternativa B: Repetir tomografia de abdome em 6 meses pode ser relevante para monitorar o crescimento do nódulo, mas não aborda a questão da funcionalidade da massa adrenal.
Alternativa C: Solicitar aldosterona e renina seria indicado se houvesse suspeita de hiperaldosteronismo, que geralmente se apresenta com hipertensão arterial e hipocalemia, condições não observadas na paciente.
Alternativa D: Realizar ressonância nuclear magnética pode oferecer informações adicionais sobre a imagem, mas novamente não avalia a funcionalidade do nódulo.
Alternativa E: Solicitar metanefrinas plasmáticas é pertinente na suspeita de feocromocitoma, que é acompanhado de sintomas como hipertensão paroxística, cefaleias e sudorese, o que não é o caso aqui.
Ao compreender a abordagem adequada para nódulos adrenais incidentais, é crucial priorizar a investigação de possíveis secreções hormonais. Neste contexto, a avaliação da secreção de cortisol é fundamental.
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questão sobre abordagem da lesão adrenal em paciente com diabetes tipo 2 e histórico de cálculos renais
alternativa correta: [A] Solicitar cortisol pós 1 mg de dexametasona
_justificativa
Embora a paciente não tenha sinais claros de síndrome de Cushing, a lesão adrenal descoberta na tomografia abdominal pode ser um adenoma produtor de cortisol. Para confirmar ou excluir a produção excessiva de cortisol, a realização do teste de supressão com dexametasona (cortisol pós 1 mg) é recomendada. Esse teste é usado para avaliar a função da glândula adrenal e verificar se o adenoma está produzindo cortisol de maneira autônoma, o que pode justificar alguns dos sintomas e condições clínicas da paciente.
análise das demais alternativas
[B]: Incorreta. A lesão já apresenta características sugestivas de adenoma. Não é necessário apenas repetir a tomografia, já que é mais importante investigar a possibilidade de secreção hormonal pela lesão.
[C]: Incorreta. A dosagem de aldosterona e renina é indicada principalmente quando há suspeita de hipertaldosteronismo primário, o que não é o caso aqui, pois a paciente não apresenta sinais de hipertensão ou hipocalemia.
[D]: Incorreta. A ressonância magnética não é indicada como primeiro passo nesse caso. O teste de supressão com dexametasona é o mais adequado para investigar a função do adenoma.
[E]: Incorreta. A dosagem de metanefrinas plasmáticas é indicada para investigação de feocromocitoma, uma condição associada a tumores adrenais que secretam catecolaminas. No caso dessa paciente, a principal preocupação é com um adenoma produtor de cortisol.
resumo
A lesão adrenal deve ser investigada para determinar se há secreção hormonal, como no caso de adenomas produtores de cortisol. O teste de supressão com dexametasona é a abordagem recomendada para verificar a produção excessiva de cortisol.
pontos chave
➔ Adenomas adrenais podem ser produtores de cortisol, o que deve ser investigado com o teste de supressão com dexametasona.
➔ A repetição da tomografia não é suficiente; é necessário realizar exames para avaliar a secreção hormonal do adenoma.
➔ Outros exames, como a dosagem de aldosterona ou metanefrinas, não são relevantes neste caso.
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