Barganhas salariais muito descentralizadas ou muito central...

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Q313620 Economia
A avaliação tradicional de política econômica usualmente trata as instituições como variáveis constantes da natureza. No entanto, se os agentes possuem expectativas racionais e se comportam de forma ótima, é racional que o comportamento desses agentes seja dependente do ambiente institucional e das regras que geram esses mesmos comportamentos. Considerando que os agentes que determinam salários levam em conta, em suas decisões sobre salários nominais, a estrutura do mercado de trabalho, julgue os itens subsecutivos.
Barganhas salariais muito descentralizadas ou muito centralizadas produzem resultados superiores em termos de emprego e inflação, quando comparadas a situações intermediárias.
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Alternativa Correta: C (Certo)

Tema Central da Questão: Esta questão centra-se no impacto das estruturas de negociação salarial sobre o emprego e a inflação. Ela explora a ideia de que as barganhas salariais podem influenciar significativamente esses resultados econômicos.

Fundamentos Teóricos: O conceito abordado aqui está relacionado à teoria econômica conhecida como Curva de Phillips e às dinâmicas do mercado de trabalho. A hipótese é que a forma de organização das negociações salariais — se descentralizada ou centralizada — pode afetar a economia de maneira mais previsível, enquanto estruturas intermediárias podem levar a resultados menos favoráveis.

Em negociações descentralizadas, as decisões sobre salários são feitas a nível local, permitindo uma adaptação mais rápida às condições do mercado. Já em negociações centralizadas, o foco é muitas vezes em acordos nacionais ou setoriais, que podem estabilizar as expectativas e fomentar a cooperação. Ambas as extremidades do espectro tendem a oferecer maior previsibilidade e estabilidade econômica.

Justificativa da Alternativa Correta: A afirmação de que as negociações salariais muito descentralizadas ou muito centralizadas produzem resultados superiores em termos de emprego e inflação é consistente com a teoria econômica. Nesses cenários, os agentes econômicos têm expectativas mais bem alinhadas e há maior previsibilidade no ajuste dos salários. Esse alinhamento pode conduzir a um equilíbrio mais eficaz entre crescimento do emprego e controle da inflação. Estudos empíricos, como os de Calmfors e Driffill, suportam essa visão, mostrando que essas extremidades tendem a ser mais benéficas do que arranjos intermediários.

Análise da Alternativa Incorreta: A alternativa "Errado" seria inapropriada porque ignora os efeitos estabilizadores que as negociações altamente centralizadas ou altamente descentralizadas podem ter no mercado. Ignorar esses benefícios dos extremos poderia levar a uma interpretação errônea das dinâmicas econômicas.

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(...)  Nos países com
processo de barganha centralizado, os sindicatos tendem a internalizar os
custos gerados pelo excesso de demandas salariais; essa seria, supostamente,
a origem da moderação salarial e dos elevados níveis de emprego.
Esses são países em que, por razões semelhantes, o grau de dispersão salarial
é especialmente baixo. Nos países em que o processo de barganha é
fragmentado, as políticas de demanda tendem a ser eficazes, ou seja, são
países em que o papel disciplinador do mercado gera bons resultados no
que se refere aos índices de desemprego e inflação. Por outro lado, tendem
a ter elevadas taxas de dispersão salarial.
Nos países em que o grau de centralização do movimento sindical é
intermediário (Itália, Espanha e França), não há muito espaço para acordos
voluntários nem para políticas de mercado. Daí porque o grau de moderação
salarial é tão baixo, e, segundo a interpretação predominante entre os
estudos pesquisados, as taxas de desemprego são tão elevadas. Esta é a tese
segundo a qual há uma curva em forma de U invertido relacionando o salário
real e o grau de centralização das organizações sindicais e dos processos de
barganha salarial.

Fonte: Desemprego: teorias e evidências sobre a experiência
recente na OECD (11)*
Edward J. Amadeo**

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